A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) formalizou nesta quarta-feira, 12, a revogação do leilão de compra pública de 263,3 mil toneladas de arroz importado e beneficiado tipo 1. O evento ocorreu na última quinta-feira, 6.
A ação ocorre um dia depois de o governo federal anunciar a anulação do certame público. Em comunicado direcionado às Superintendências Regionais, às bolsas de mercadorias e a demais interessados, a Conab informou que também cancelou outra parte da disputa, prevista para esta quinta-feira, 13, para a compra de 36,6 mil toneladas do cereal.
O comunicado é assinado pelo diretor-executivo de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago José dos Santos. Presidente da companhia, o petista Edegar Pretto também assina o documento.
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A anulação do leilão para importação de arroz se deu diante de suspeitas de irregularidades no certame público e dúvidas quanto à capacidade, à qualificação e à idoneidade das empresas vencedoras. O governo Lula alegou que detectou “fragilidade financeira das empresas” em cumprir o previsto no edital.
As quatro companhias arrematadoras dos lotes são desconhecidas no setor de grãos. Além disso, três delas não possuem atuação comprovada com a operação de importação e distribuição de grãos.
Uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em queijo e uma locadora de veículos estão entre as vencedoras do leilão promovido pelo governo. Das quatro empresas vencedoras do leilão, apenas uma — a Zafira Trading — atua no ramo agropecuário.
Denúncias contra o leilão da importação de arroz pela Conab
A atuação das empresas não foi, contudo, a única polêmica no caso do leilão do arroz sob comando da Conab. Isso porque suscitaram suspeitas de conflito de interesse e acusações de tráfico de influência.
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A suspeita de conflito de interesse deve-se ao fato de que a Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso, que negociou 116 mil toneladas das 263,3 mil toneladas vendidas no leilão, tem como presidente Robson Luiz de Almeida França. Ele, a saber, é ex-assessor parlamentar do então secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Neri Geller, quando este era deputado federal.
Por fim, a Foco Corretora de Grãos, empresa de França, foi a principal corretora do leilão. França, além disso, é sócio de Marcello Geller, filho de Neri, em outras empresas.
O governo demitiu Neri Geller na terça-feira. O agora ex-secretário nega o favorecimento a França e o envolvimento do seu filho no leilão.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado
O que esperar do governo Lula? Apenas isso: Trambique, corrupção e sabotagem contra o agro, o setor que sustenta o Brasil e que o PT odeia tanto quanto odeia o Bolsonaro.