Dona de uma fortuna quase incontável por causa do lucro com o petróleo, a família real que governa a Arábia Saudita diversifica seus ativos de maneira estratégica. Entre os muitos negócios que atraíram parte desse capital, poucos são tão essenciais para a segurança alimentar da população de seu país — e a consequente manutenção no trono — quanto a BRF, controlada pelo empresário brasileiro Marcos Molina dos Santos, de 53 anos.
A BRF é um dos gigantes do agronegócio do Brasil. A companhia nasceu em 2012, com a fusão da Perdigão com a Sadia e se tornou um dos maiores produtores de carne de frango do planeta. Trata-se da mais barata fonte de proteína animal para os muçulmanos, cuja religião é hegemônica na população árabe.
Molina, contudo, não foi seu primeiro controlador. Tampouco a Família Real Saudita está entre os fundadores do negócio.
A história de Molina no setor de proteína animal começa aos 12 anos de idade — quando começou a trabalhar no açougue da família, em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo.
Aos 30 anos, o empresário fundou a Marfrig. Grupo de frigoríficos que se tornou um gigante global no setor de proteína animal. O conglomerado ostenta o título de ser o maior produtor de hambúrgueres do planeta. Além disso, ela vale cerca de R$ 8,6 bilhão, considerando cotação na B3 (R$ 9,22 por ação).
Vínculo do empresário brasileiro com a Família Real Saudita
Molina controla a Marfrig até hoje. Por sua vez, o conglomerado de frigoríficos começou a comprar ações da BRF em 2021 e hoje detém a maior parte das cotas da companhia.
Daí a sociedade com a Família Real. Os árabes possuem 10% da dona da Sadia e da Perdigão através da Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (Salic, na sigla em inglês). A Família Real Saudita começou a investir pesado no negócio depois da entrada de Molina.
CORREÇÃO: NÃO É TÃO POUCO E SIM TAMPOUCO….