Mesmo com todos os seus problemas, o Brasil é a nação que torna o mundo mais doce. E os agricultores brasileiros são os grandes responsáveis — cerca de 25% de todo o açúcar consumido no mundo é produzido nas usinas do país graças à cana cultivada por eles.
Essa fatia garante a liderança do mercado mundial. Além disso, a safra nacional também ajuda gerar a segunda maior produção de etanol do planeta.
Na safra 2023/24, por exemplo, as 685 milhões de toneladas de cana cultivadas no Brasil geraram 45 milhões de toneladas de açúcar e 30 bilhões de litros de etanol. Como as usinas não desperdiçam nada, os restos da linha de produção viram fertilizantes, materiais e eletricidade.
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Além de deixar mais doce
Em 2022, o bagaço da cana respondeu por quase 5% de toda a geração de energia elétrica do Brasil. Apenas duas fontes tiveram participações maiores: eólica (praticamente 12%) e hidráulica (62%).
O setor emprega quase 2 milhões de brasileiros e é uma das grandes soluções para que mundo tenha energia limpa, além de ficar mais doce. Os biocombustíveis da cana chegarão na aviação comercial. É o caso do SAF — sigla em inglês para combustível sustentável de aviação.
Ao todo, o Brasil possui 269 usinas que trabalham na moagem da cana na região Centro-Sul, que concentra cerca de 90% da safra da planta do país. Delas, 71 produzem somente etanol. Existem, ainda, nove unidades conhecidas como flex justamente por usarem tanto a cana-de-açúcar quanto o milho como matéria-prima para a geração de biocombustível.
“O açúcar é mais um dos energéticos que o setor oferece ao mundo a partir de uma produção sustentável direcionada, em grande parte, para regiões da África e Ásia, que se configuram como principais importadores do produto brasileiro”, afirma o diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) Luciano Rodrigues.
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O executivo explica ainda que, além de oferecer um carboidrato competitivo para mais de uma centena nações ao redor do mundo, o setor fortalece a balança comercial brasileira, e também gera renda no interior do país.