O volume de etanol hidratado (abastece veículos diretamente) transacionado pelas distribuidoras foi de 1,2 bilhão de litros em outubro, redução de quase 36% em relação ao mesmo mês de 2020 (1,9 bilhão).
O levantamento é da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Com isso, a participação do etanol no mercado recuou de 43%, em outubro de 2020, para 36%, em outubro deste ano. A gasolina comum registrou alta de quase 6% no volume comercializado no mesmo período.
Nos primeiros dez meses de 2021, as vendas de etanol hidratado somaram 14,4 bilhões de litros, recuo de 7,5% em relação ao verificado no mesmo período de 2020.
Na comparação regional, todas as regiões apresentaram quedas, com destaque para o Sul do país, com cerca de 40% a menos.
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O que explica a queda
A queda nas vendas acompanha a diminuição da demanda pelo etanol hidratado nos postos brasileiros. O motivo é o preço. Em nenhum Estado compensa trocar a gasolina pelo etanol. O uso desse combustível renovável só compensa financeiramente quando ele não custa mais de 70% do que a gasolina.
Na semana de 31 de outubro a 6 de novembro, o preço médio de revenda do etanol hidratado foi de R$ 5,29 no Brasil, uma alta de 75% em 12 meses — a maior variação entre os combustíveis. Já o valor médio da gasolina foi a R$ 6,71, acumulando uma elevação de 54% nos últimos 12 meses. Os dados são da ANP.
Estão indo contra a proposta da COP26, aumentando combustível fóssil e diminuindo combustível renovável. Sabem o que acontecerá se isso persistir? Aumentar o preço da gasolina a níveis insuportáveis para obrigar o consumo de etanol hidratado. Simples assim.