Produzido em Toledo, no interior do Paraná, o Passionata, do Biopark, foi premiado no World Cheese Awards. Trata-se de um concurso europeu reconhecido como um “Óscar” do setor. Na receita do queijo vencedor, quatro ingredientes principais: leite, maracujá, ciência e tecnologia.
A premiação ocorreu na sexta-feira 15, na cidade de Viseu, em Portugal. O Passionata recebeu o título de melhor queijo da América Latina, além de ficar entre os nove melhores do mundo. Contudo, o Biopark não é uma pequena queijaria, ou mesmo uma marca premium de um laticínio convencional.
O lugar é um centro de educação e inovação, que existe desde 2016. Os fundadores são Carmen e Luiz Donaduzzi, um casal de empresários que criou a Prati-Donaduzzi, uma das maiores fabricantes de medicamentos genéricos da América Latina.
Queijo: leite, maracujá, ciência e tecnologia
Dentro do Biopark, existem várias iniciativas ocorrendo ao mesmo tempo em diversas áreas do conhecimento. A lista inclui, por exemplo, um campus de medicina da Universidade Federal do Paraná e parcerias com instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) — uma referência no agro nacional, especializada em pesquisa científica e transferência de tecnologia para o agronegócio.
A região de Toledo é forte na produção de leite, consolidada por meio de pequenos e médios criadores. Em meio à abundância da matéria-prima e à diversidade de produtores, os dirigentes do Biopark perceberam a oportunidade de promover uma transformação social, agregando valor à cadeia leiteira. Assim, surgiu o Laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Queijos Finos, a estrutura do Biopark onde foi desenvolvida a receita que garantiu a premiação na primeira participação o Biopark no World Cheese Awards.
“A ideia principal do projeto é aumentar a renda dos pequenos e médios produtores de leite, por meio da disponibilização de tecnologias de produção de queijos de alta qualidade e alto valor agregado”, explica Kennidy Bortoli, pesquisador do laboratório.
Atualmente, mais de 20 produtores fazem parte da iniciativa. Eles fabricam 22 tipos diferentes de queijo — ou seja: a fórmula com maracujá é uma entre muitas na lista do projeto, e não é a única do Biopark premiada no World Cheese Awards de 2024. Além dela, outras duas receitas de queijo desenvolvidas no laboratório do centro de pesquisa foram reconhecidas no concurso por seu padrão de excelência: são elas o Láurea e o Entardecer d´Oeste, que não levam maracujá, mas são frutos de ciência e tecnologia.