Um dos gigantes do mercado de café brasileiro, a Montesanto Tavares está à beira de uma recuperação judicial. Na terça-feira (3), a Justiça de Minas Gerais rejeitou um pedido da companhia que buscava proteção para renegociar dívidas.
De acordo com o Brazil Journal, as dívidas da companhia estão em R$ 2 bilhões — sendo que cerca de R$ 100 milhões já venceram. O Banco do Brasil é o principal credor do gigante do setor de café. A empresa também deve para outros grandes grupos, como Santander, BTG Pactual e Cargill.
Fundada em 1998, a Montesanto negocia sua própria safra e a colheita de agricultores menores. Ao todo, são seis unidades operacionais em Minas Gerais e uma em São Paulo. Cerca de 2 mil produtores rurais vendem para o grupo. O grupo é dono da Atlântica e da Cafebras, duas empresas focadas na exportação do grão.
Caixa da Montesanto
Os relatórios do Grupo Montesanto Tavares registram um faturamento de R$ 3,2 bilhões em 2023. Cerca de R$ 450 milhões aparecem nos livros como lucro líquido — um ano antes, o resultado foi de R$ 560 milhões.
Os problemas da companhia estariam ligados à queda nos recebimentos das sacas de café. “Na modalidade de contratos futuros, enfrentamos um alto volume de rolagens e inadimplências durante esse período (desde 2021), e temos ainda em aberto em torno de 900 mil sacas a receber”, afirmaram a Atlântica e a Cafebras em nota.
Temos que separar o joio do trigo !! A produção de café e a comercialização do grão são bons negócios mas toda empresa tem que ter cautela na forma e velocidade do seu crescimento. Acontece que muitas empresas não têm essa cautela e depois do estouro sempre vem com esses argumentos: Juros altos, política econômica errada, etc…
Nos últimos 2 anos o agro brasileiro vem operando com baixa rentabilidade. Some-se a isso as elevadas taxas de juros. E, para piorar a situação, vem aí elevação generalizada dos custos de produção.
Os sinais de que a economia vai mal começaram a aparecer nas gôndolas dos supermercados.