Gigante do agro quer construir usina para produzir combustíveis para aviões

Gigante no agro mundial, a brasileira Raízen pretende produzir combustível para aviação. A matéria-prima é a cana-de-açúcar, uma grande geradora de biocombustíveis sustentáveis — e menos poluente que os produtos da indústria do petróleo.

“A partir do etanol de cana-de-açúcar, a empresa pretende gerar quase 800 mil barris por ano de SAF”, disse Paulo Neves, vice-presidente comercial da Raízen em uma entrevista nos bastidores de uma conferência de energia, em Houston, EUA, na quinta-feira 21.

De acordo com a agência de notícias Reuters, o gigante do agro vai produzir o combustível sustentável para a aviação (SAF, na sigla em inglês). A informação partiu de Paulo Neves, vice-presidente comercial da Raízen.

“Não há óleo de cozinha usado ou sebo suficiente disponível no mundo para produzir todo o SAF que é demandado”, disse Neves. “Estudamos até mesmo o local e as condições que são necessárias para construí-lo.”

Agro produz combustível menos poluente

A estratégia por trás do projeto é ajudar as empresas aéreas a descarbonizar suas operações. Renovável, o produto pode substituir o querosene de origem fóssil usado nas aeronaves atualmente e reduzir em até 90% as emissões de carbono de um voo. A agroindústria brasileira tem matéria-prima e tecnologia suficientes para ajudar o mundo a fazer essa transição.

Atualmente, o Brasil tem a maior frota de carros movidos a etanol no planeta. No país, o agro produz o combustível para etanol desde que o governo criou o Pró-Álcool, em meados da década de 1970.