O índice de preços de alimentos elaborado pela Organização Nações Unidas (ONU) está cada vez mais próximo do nível anterior ao surgimento do coronavírus. Em meio a pandemia, o custo para alimentação explodiu no planeta — e a situação ficou ainda pior com a invasão russa ao território da Ucrânia.
No mês de agosto de 2023, o índice de preços de alimentos da ONU fechou em 121,4 pontos. O nível é o menor em 29 meses. Antes da pandemia começar, o indicador estava em 108 pontos. Além disso, a marca atual é 38 pontos menor que o ápice 158,7 pontos — número registrado depois de um mês do início da invasão russa.
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Tanto a pandemia quanto o conflito armado elevaram os preços dos alimentos ao redor do planeta. A crise sanitária desorganizou as cadeias de produção e transporte. E no caso da guerra, russos e ucranianos são importantes exportadores de grãos.
Além disso, a Rússia é uma fornecedora fundamental de adubos para o Brasil — um dos maiores exportadores de alimentos do planeta. A agricultura brasileira é fortemente dependente desses insumos e o conflito gerou incertezas quanto ao suprimento destinado ao Brasil.
Contudo, o agronegócio brasileiro conseguiu garantir os insumos para a produção. Apesar da guerra, o país registrou uma safra recorde em 2022, que está sendo superada pela colheita de 2023.
Safra recorde de alimentos
Ao longo de 2022, o Brasil colheu 272 milhões de toneladas de grãos — foi a maior safra desses alimentos no país até o momento. Pelas projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o recorde será superado em 2023 — com a colheita de 322 milhões de toneladas.
Soja e milho são os carros-chefes da agropecuária brasileira. Juntos, eles respondem por quase 90% de toda a produção de grãos do país.
O impulso para o plantio vem da versatilidade da aplicação. Com soja e milho é possível fabricar alimentos para a nutrição de seres humanos, rações destinadas à animais, biocombustíveis, bioenergia e insumos para a que serve, inclusive, para indústria de alimentos.