O Conselho Mundial de Grãos (IGC, na sigla em inglês) reduziu em um quarto a previsão da exportação de grãos da Ucrânia para a safra atual. A queda ocorre em meio à invasão russa ao país. O órgão divulgou a revisão na quinta-feira 17.
No mês passado, o IGC previa que os embarques de grãos da Ucrânia superariam 60 milhões de toneladas. Ontem, essa projeção foi revista para pouco menos de 50 milhões de toneladas.
“As ameaças imediatas estão focadas principalmente na interrupção dos fluxos de exportação”, afirmou o Conselho, em um relatório mensal. “Os carregamentos comerciais nos portos do Mar Negro estão atualmente suspensos na Ucrânia“.
De acordo com o IGC, “mesmo com os esforços para aumentar as exportações por meio de rotas ferroviárias através das fronteiras ocidentais do país, os volumes gerais provavelmente serão limitados”.
A perspectiva de exportação de milho da Ucrânia caiu para pouco mais de 20 milhões, ante a projeção pouco acima de 30 milhões feita anteriormente; as de trigo foram de praticamente de 25 milhões para cerca de 20 milhões.
Os envios de grãos dos russos também foram revisados para baixo. A queda prevista nesse caso é inferior a 1 milhão de toneladas. Assim, a Rússia deve manter sua exportação acima de 37 milhões de toneladas.
Desse modo, embora com o território sob ataque, a exportação de grãos da Ucrânia deve ser maior que a russa.
Leia também: “Devagar, malfeito e complicado”, reportagem de capa publicada na Edição 102 da Revista Oeste
Nesse momento, já é final do inverno e inicio da primavera, a janela para se iniciar a produção nesses países de clima temperado é muito estreita, o solo ainda está descongelando e devem aguardar a drenagem das águas do degelo para se iniciar o preparo do solo, mas neste momento já é tempo de estocar as sementes, óleo diesel, adubos e defensivos, etc… e revisar as máquinas paradas todo o inverno, deixá-las no ponto. Só que isso não será possível com toda essa balbúrdia em volta. Em algumas regiões poderá até se produzir algo se não houver acidentes de percurso importantes, aindá virá a colheita, máquinas novamente no campo, gastos de combustíveis, etc…. Então, resumindo, trocando em miúdos, veremos a crise de falta de grãos, para valer mesmo, será no final do outono. Aí veremos o que deve ser o efeito mais perverso dessa guerra para os ucranianos e seus clientes importadores de alimentos, a fome.