O javaporco surgiu do cruzamento entre javalis e porcos domésticos. O animal chega a 250 quilos, tem 1,80 metro de comprimento e espreita lavouras e pastos brasileiros.
Esse animal híbrido se alimenta de praticamente tudo o que vê pela frente (vegetal e animal) e tem força suficiente para matar um homem adulto. Pode acabar com uma lavoura de milho de tamanho médio em apenas uma noite.
É por essas razões que o javaporco tornou-se uma praga no Brasil, sobretudo no ambiente rural. Uma reportagem de Artur Piva, publicada na Edição 184 da Revista Oeste, mostra os riscos que aquele animal oferece para a agricultura.
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“Até mesmo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [Ibama] admite que é necessário conter esses bichos, hoje tratados como uma praga”, ressalta Piva, referindo-se ao javaporco. “Ainda assim, o órgão baixou uma portaria em agosto suspendendo a emissão de novas licenças para a caça com armas de fogo, o que dificultou ainda mais a contenção da proliferação desenfreada.”
De acordo com o advogado Mardqueu Silvio França Filho, “a decisão do Ibama criou uma proibição branca”. Vereador pelo PRTB em Monte Azul Paulista, no interior de São Paulo, França Filho se especializou no manejo com arma de fogo e é convidado para caçar em propriedades de todo o Brasil.
A caça e o javaporco
O Ibama alega que as emissões e as renovações de novas licenças de caça dependem agora das Forças Armadas. A mudança ocorreu em razão das restrições impostas pelo governo Lula. O novo regramento está no Decreto nº 11.615, de 21 de julho de 2023 — que realmente dificultou o acesso às armas. Mas o problema causado pela decisão vai além dos novos registros de armamentos.
Pelas regulamentações do Ibama, não basta ter uma espingarda registrada para, nesses casos, poder usá-la na própria fazenda. Também é preciso obter outra licença do órgão para poder caçar o javaporco dentro da propriedade — e essas liberações também estão suspensas.
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Assim, alguns produtores rurais não podem usar as armas de fogo registradas e perfeitamente legais para impedir que uma lavoura seja devastada ou que um animal doméstico seja devorado. A sanha do governo petista em impedir que homens comuns tenham acesso ao armamento acabou agravando um problema que já era grande para o agronegócio.
Não se permite nem mesmo a renovação. Ou seja: caso os animais tenham começado a aparecer numa lavoura depois da decisão do órgão (e se o agricultor não obteve o licenciamento antes dela ser anunciada) rifles, espingardas ou revólveres não podem ser usados contra os híbridos gigantes. Nesse caso, resta apenas ver a devastação acontecer e rezar para que outros métodos (como armadilhas) funcionem.
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