O Brasil se comprometeu a aumentar a produção de etanol anualmente até o final desta década. A previsão é que o país atinja o volume de 50 bilhões de litros do combustível até 2030. Esse é um dos compromissos assinados em 2015, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21), realizada na França.
Para a Associação da Indústria de Cogeração de Energia, para cumprir a promessa, o Brasil terá de elevar a produção em 20 bilhões de litros de etanol. Newton Duarte, presidente-executivo da associação, estimou que para atingir o objetivo é necessário que o país produza aproximadamente 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar — atualmente o volume é de cerca de 400 milhões de toneladas anuais. Nos próximos sete anos, será necessário um salto de 33% na produção do combustível para cumprir o acordo.
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Ainda segundo o executivo, o plano de aumentar a produção do combustível não será de grande importância, principalmente no que diz respeito a transição energética mundial. Neste cenário, o Brasil tem capacidade de ser um dos líderes desse novo setor, com o auxílio do etanol.
A produção de carros mais sustentáveis no Brasil também depende do etanol. Além disso, montadoras já trabalham para acompanhar a tendência do mercado nacional. O biocombustível é visto como uma alternativa mais barata em relação à eletrificação dos veículos, na busca por um desempenho automotivo menos poluente.
Outras fontes de energia no Brasil além do etanol
Para Newton Duarte, também é importante que o Brasil aumente a oferta de gás natural para a indústria. Isso porque o gás é o componente ideal para compor um sistema elétrico sustentável, frente à utilização cada vez mais expressiva de fontes renováveis, que são suscetíveis a oscilações da natureza.
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“O gás natural, com o advento maciço das novas fontes renováveis, seja geração eólica, seja geração fotovoltaica solar, nós temos a necessidade de acrescentarmos um backup, um suporte a essas gerações, já que ela são intermitentes, e o gás natural é uma maneira direta e muito útil para enfrentar essas oscilações”, afirmou o executivo em entrevista ao site Poder360.