Os produtores de café deverão colher a terceira maior safra do grão em 2022.
A produção esperada é de 55,7 milhões de sacas de 60 quilos, de acordo com o levantamento divulgado nesta terça-feira, 18, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estimativa, caso confirmada, representa um acréscimo de quase 17%, em comparação à 2021. O resultado só não será melhor que os desempenhos registrados em 2020 e 2018.
A queda na produção neste ano, quando comparada com 2020, é reflexo das condições climáticas adversas registradas principalmente entre os meses de julho e agosto em 2021.
A estiagem e as geadas ocorridas com maior intensidade nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, impactaram nas condições fisiológicas dos cafezais.
“A estiagem e as baixas temperaturas exigiram um manejo de poda mais intenso, conduzindo uma área significativa de café para produção somente na safra 2023 ou 2024”, disse o diretor de Política Agrícola da Conab, Sergio De Zen.
Arábica
As produtividades, em especial da espécie arábica, não deverão manifestar seu pleno potencial.
Ainda assim, a produção para essa variedade de café deverá ser acrescida em 23% em relação à safra anterior, sendo estimada em 38,7 milhões de sacas.
Conilon
Para o conilon, a expectativa é de um novo recorde, com a colheita podendo chegar próxima a 17 milhões de sacas.
O aumento de 4% em relação à safra anterior combina a elevação da área plantada e uma ligeira melhora na produtividade.
Mercado
O cenário neste início de ano é de restrição da oferta de café no mercado interno, influenciado pela redução na produção em 2021, pela demanda exportadora aquecida e pelo período de entressafra.
Mesmo com a maior produção estimada no país em 2022, a tendência é que os preços do produto se mantenham pressionados, uma vez que é esperada uma redução nos estoques mundiais de café para o ciclo 2021/22.
Esse panorama de preços elevados estimula as vendas externas.
Exportações
Apenas em 2021, o Brasil exportou cerca de 42,4 milhões de sacas de 60 quilos de café verde, o que representa um aumento na receita de 15%, chegando a US$ 6,4 bilhões.
Em 2020, o país registrou o recorde de vendas ao mercado externo, favorecido pela maior produção já registrada no Brasil.
Além disso, mesmo com a redução nos embarques entre 2020 e 2021, a quantidade exportada no ano passado foi 14% maior que a exportação média dos cinco anos anteriores.