Em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, um pássaro selvagem foi encontrado com a gripe aviária de alta patogenicidade. O Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou o caso na segunda-feira 5. Contudo, não há registro da doença em criações comerciais no Brasil.
O registro é o primeiro de gripe aviária no Estado. Trata-se de trinta-réis-real (Thalasseus maximus). Na mesma data, o Mapa também confirmou uma ave da mesma espécie doente em Niterói, no Rio de Janeiro — o sétimo foco fluminense.
Além de São Paulo e Rio de Janeiro, o Mapa confirmou casos da doença de alta patogenicidade no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo — primeiro estado com um registro da doença no país. Com as duas novas confirmações, sobe para 24 o número de focos da doença no Brasil, todos de pássaros silvestres.
O Espírito Santo concentra o maior número: 17. Na sequência, aparece o Rio de Janeiro (7), seguido de gaúchos e paulistas, com um cada.
São Paulo e a gripe aviária
O Estado é o maior produtor de ovos de galinha no país. Por volta de 27% de toda a produção nacional desse alimento acontece nas criações paulistas. Além disso, os paulistas estão na quarta posição no ranking nacional dos abates de frango.
A ave doente, porém, estava distante das áreas produtoras, uma vez que elas se localizam no interior paulista. Por ser altamente contagiosa entre os pássaros, o registro de um caso leva ao abate preventivo das outras aves que tiveram contato com animal contaminado.
Humanos e a gripe aviária
A ingestão de carnes e ovos não transmite a doença para humanos. O homem adquire a gripe aviária através do contato com aves infectadas ou com os excrementos dela. Por esse motivo, o contágio dos humanos geralmente ocorre com aqueles que lidam com as criações sem os devidos cuidados — e a contaminação é rara. Ainda assim, ela preocupa, porque metade dos doentes morre.
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