Os Estados de São Paulo e Paraná registraram neste mês as primeiras ocorrências de ferrugem asiática em lavouras de soja. As informações estão disponíveis no site do Consórcio Antiferrugem.
O caso mais recente foi comunicado no Estado de São Paulo, na cidade de Piraju, em soja semeada na primeira quinzena de outubro. Outras ocorrências foram registradas em Pilar do Sul e Itaberá (SP) e em Mariópolis (PR).
Ouvido pelo Canal Rural, o agrônomo da empresa Fitolab Eder Moreira disse que a ocorrência da doença pode estar relacionada à presença de soja perene nessas regiões, uma planta hospedeira do fungo causador da ferrugem asiática.
Para o coordenador do Programa Grãos Sustentáveis do IDR-Paraná, Edivan Possamai, “apesar de as chuvas regulares em setembro terem permitido a semeadura logo no início do período recomendado, a ocorrência do evento climático La Niña, que consiste em um clima mais seco e quente, contribuiu para a observação dos primeiros sintomas da ferrugem asiática apenas em dezembro”, disse.
Além do La Niña, a ocorrência de frios intensos no inverno, com geadas em todo o Paraná e consequente eliminação de possíveis plantas de soja espontâneas, auxiliou na diminuição da população do fungo no ambiente.
Ferrugem asiática
A doença é causada por um fungo, sendo hoje uma das que mais preocupam os produtores de soja.
Seu principal dano é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade.
O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento em que ela incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação.
As perdas podem chegar a cerca de 70% da lavoura. A doença foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2001.
Devido à facilidade de disseminação do fungo pelo vento, a ferrugem asiática ocorre em praticamente todas as regiões produtoras de soja do país.