Em 2024, a cadeia produtiva da soja deve gerar R$ 442 bilhões em riquezas, cifra 33% menor que o resultado do ano anterior. A projeção é da Universidade de São Paulo (USP) e leva em consideração toda a cadeia produtiva do setor, da agricultura à indústria abastecida com o grão.
Os cálculos são dos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Trata-se do principal campus da USP para estudos sobre o agronegócio. Em 2023, a riqueza gerada pelo complexo da soja correspondeu a 6% do PIB brasileiro. O setor é o carro-chefe do agronegócio brasileiro e responde por quase 20% do faturamento do país com o mercado externo.
A previsão se dá principalmente em razão da redução da queda dos preços. Contudo, também há a previsão da diminuição de 5,3% do volume produzido.
Riqueza gerada pela soja
O estudo divide a contribuição da soja ao PIB em cinco ramos. São eles: insumos, produção dentro da portaria, agroindústria e agrosserviços. A queda de 33% é uma média do desempenho deles, de acordo com seu peso em toda a cadeia produtiva ligada ao grão.
De acordo com os pesquisadores da USP, o pior desempenho ficou para a produção dentro da porteira: a safra.
O valor gerado pelo grão in natura deve cair 46,5%. Na sequência dos resultados negativos, aparecem os agrosserviços -30,7% — esse ramo envolve segmentos que vão de trabalhos mais basilares, como o transporte de cargas, às funções mais específicas, como as consultorias agrícolas e os profissionais liberais. Para agroindústria e insumos, as previsões ficaram em -21,6% e -17%, respectivamente.
Segundo o estudo, os agrosserviços têm o maior peso na contribuição da cadeia produtiva da soja ao PIB. Esse segmento deve gerar cerca de R$ 256 bilhões em 2024. A segunda posição é da safra in natura (R$ 94 bilhões), seguida da agroindústria (R$ 62 bilhões) e insumos (R$ 23 bilhões.