Já discutimos muitas vezes o propósito da ciência como a materialização racional do pensamento humano na tentativa de organizar e testar nosso entendimento sobre o meio natural ou hipóteses sobre as mais variadas questões. Mesmo sendo ampla, ela não representa a maior parte do nosso pensamento, pois este é muito mais vasto.
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A ciência também tem o propósito de auxiliar na emancipação humana frente ao meio. Por ser um método para cumprir esta proposta, ela acaba se transformando em um instrumento de dominação — tanto sobre o próprio meio natural quanto sobre outros homens.
De qualquer forma, como instrumento de emancipação, a ciência deveria se debruçar em resolver os problemas da humanidade, oferecendo soluções práticas e econômicas. Afinal, a economia também deveria estar no rol científico.
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Em vez disso, no entanto, ela tem cada vez mais mergulhado em criar problemas, a maioria desprezíveis ou fictícios. Isto tem levado as comunidades científicas ao ponto de não só elencarem e identificarem os tais problemas, mas também como as que trarão as possíveis soluções destes mesmos problemas que elas supostamente identificaram (ou criaram). Isto as coloca no mais alto patamar político, posição completamente ilegítima, pois não foram escolhidas para cumprir este propósito, especialmente por apresentarem “soluções” estapafúrdias, absurdas e insanas que fogem da própria racionalidade que a mesma ciência deveria trazer — eis o paradoxo!
Eis que surge a ‘ciência climática’
Entre emancipação e dominação, a “ciência climática” atual, ou melhor, a pseudociência, optou pela segunda opção. Tornou-se simplesmente uma proposta dogmática de dominação. Embora não haja nenhuma evidência científica de que o CO2 tenha controlado as temperaturas e o clima na história natural do planeta Terra e que a sua atmosfera não trabalhe como uma “estufa”, tornando inócua a ideia de “gases-estufa”, as hipóteses continuam sendo empregadas e aplicadas para toda a sociedade como fatos consolidados.
Estes, supostamente estariam a levar o planeta a uma situação avassaladora, sem precedentes, tornando esta afirmação outra falsidade sustentada sem a devida comprovação científica. Há, ainda, comparação situacional paralela aos fatos, também da mesma história natural do planeta, já demonstrados pela paleoclimatologia e paleontologia.
“Uma publicação em revista científica que afirma ter calculado o impacto para o fadado ‘aquecimento global’ pela existência da respiração dos humanos na Terra”
Ricardo Felício
Sob este princípio, ou melhor, falta dele, que apresentamos a mais recente empreitada pseudocientífica contra os humanos. Trata-se de uma publicação em revista científica que afirma ter calculado o impacto para o fadado “aquecimento global” pela existência da respiração dos humanos na Terra.
O tal estudo foi realizado na Universidade de Edimburgo, Reino Unido, e teve como líder Ben Dawson, sob orientação de Nicholas Cowan e Mathew Heal, onde o alvo principal foi quantificar a contribuição da respiração humana e como isto pesa nas “mudanças climáticas”. Antes de começar a crítica a tal desserviço, vale ressaltar que autor e orientadores não são meteorologistas e nem da área de climatologia. Eles estão, no entanto, atuando no ramo do posicionamento aquecimentista pela sua formação em química voltada à atmosfera, “efeito-estufa” e ecologia.
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Quanto ao estudo: não passa de uma estúpida simulação de projeção de um balanço e inventário de carbono-equivalente, gerado por outros gases emitidos pelos humanos pelo simples fato de estarem vivos e respirando! É uma estimativa baseada em pouco mais de cem indivíduos, com diversas características diferentes, cujos resultados são bastante duvidosos.
Se o mote da pesquisa já beira ao ridículo e a total insanidade, pois está lastreada em gases de “efeito-estufa”, “aquecimento global” e outras tolices, ela ainda se torna pouco crível, especialmente quando faz uma projeção de emissões de um país inteiro, baseado em um espaço amostral insignificante. Se não fosse a gravidade do desdobramento de tal situação, ela seria tomada como patética, na melhor das hipóteses, a totalmente absurda, louca e imbecil — mas isso em tempos nos quais a ciência tinha mais dignidade e cumpria um propósito melhor.
Ainda sobre a relação humanos e CO2
Como os autores consideram que o CO2 emitido pela nossa respiração é neutro, ou seja, o que expelimos é absorvido pelos vegetais que comemos, então eles partiram para uma outra proposta mais insana ainda. A dupla resolveu avaliar os outros gases considerados como de “efeito-estufa”, estimando quanto emitimos e o quanto eles valeriam em forma de CO2, ou seja, a já conhecida “entidade” do irracional CO2-equivalente.
Assim, logo na apresentação do “estudo”, ficou explicita a intenção maligna de culpar a humanidade, tratando as pífias exalações da respiração humana de metano (CH4) e de óxido nitroso (N2O) como contribuintes para o “aquecimento global”, sobretaxando estes dois últimos com estes falsos “pesos aquecimentistas”, quando são convertidos em CO2-equivalente. Ademais, ainda deixaram claro que essas emissões não são bem compreendidas e raramente são quantificadas nos inventários de gases de “efeito-estufa”.
“Uma pesquisa tosca como esta deixa o caminho trilhado para que os governos”
Ricardo Felício
Justamente neste ponto teríamos argumentos suficientes para anular tal proposição, pois esses gases podem estar ligados à digestão, aos efeitos de absorção dos alimentos pelo corpo e transportados pelo sangue, podem simplesmente sair pelo esôfago e mais uma dúzia de outros fatores. Assim, se a origem destes gases foi devido aos alimentos ingeridos (e veremos isto mais adiante), eles também deveriam ser considerados “neutros”, pois esses gases seriam gerados tanto dentro do organismo (digestão, por exemplo), quanto se estivessem na natureza (decomposição orgânica do material biológico), sendo este último, muito mais provável em apresentar emissões até maiores.
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Desta forma, se não levarmos isto em conta, a humanidade sai da “neutralidade” e passa a ficar em débito para com o clima, o planeta e, no final, para Gaia. Com esse propósito, uma pesquisa tosca como esta deixa o caminho trilhado para que os governos, baseados nesta falsa ciência, preparem mais controle sobre os indivíduos, desde impostos por existirmos à redução e controle da população mundial, além de aumentar a tradicional “boquinha” de financiamento para pesquisas deste tipo, tanto de fundos privados, quanto de dinheiro governamental, como é o caso no Brasil.
Uma esperteza
A esperteza de Ben Dawson e outros do tipo é aproveitar as lacunas que são pouco avaliadas dos fluxos de CO2 e outros gases falsamente tratados como de “efeito-estufa”, emplacando trabalhos científicos inúteis. Além disso, ajudam a fechar todos os ciclos das atividades humanas de forma que tudo possa ser controlado, baseado em estimativas pifeis, pueris e de pouca ou nenhuma ciência climática. Afinal, para eles, tudo se resolve na hipótese de inventários, balanços e controles lançados sobre a população mundial.
Em outras palavras, não basta atacar o petróleo, gás, carvão, atividades humanas, agricultura, indústria, etc. Eles têm que ir mais fundo, no âmago da existência humana. Esta é a maldade e vemos o quão egoístas são todos os que trabalham para apurar a tolice pseudoclimática até a este nível de detalhamento, especialmente quando tratam que seus inventários de emissões globais ainda estão incompletos, necessitando agarrar cada sopro da existência humana. É realmente uma sina maligna.
“Não basta atacar o petróleo, gás, carvão, atividades humanas, agricultura, indústria, etc. Eles têm que ir mais fundo, no âmago da existência humana”
Ricardo Felício
A ideia de tratar a respiração humana como problema não é nova. Vem implícita do Nosferatu secular James Lovelock (1919-2022) e a sua falsa hipótese (e não teoria) de Gaia. Nelas, entre várias bizarrices, o meio pode “agir” para exterminar uma praga, ou um ser vivente, por meio de suas ações ou pela sua simples existência. Poderia, inclusive, desencadear os processos para sua diminuição.
Vale ressaltar que esse “extenso” trabalho de Dawson e sua equipe “concluiu”, pesquisando com um pouco mais de cem voluntários, que a população do Reino Unido contribui em um ano com 1,04 gigagramas (Gg) de metano (com variação entre 0,86 a 1,4 Gg) e 0,069 Gg de óxido nitroso (com variação entre 0,066 a 0,072 Gg).
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Estes “impressionantes” valores levam o multiplicador “giga” só para dar pompa, pois um gigagrama dá 1 milhão de quilogramas ou mil toneladas (métricas). Como um bovídeo pode chegar a uma tonelada, estamos falando de mil bois, ou seja, nada na escala planetária. Aliás, esses valores sequer arranham o suposto peso humano completo no lançamento de “gases-estufa”, tendo os de origem natural, um peso esmagadoramente maior. Só para efeito de comparação de estimativas, somente os oceanos contribuem com 90 a 100 gigatoneladas por ano, valor extremamente maior que as gigagramas anunciadas.
Ainda sobre o estudo
Como também sempre gostamos de dar xeque-mate no rei com um peão, sabemos que o estudo de Dawson registrou que 31% dos participantes exalaram metano. E todos eles emitiram quantidades de óxido nitroso muito variáveis, mas não levaram em conta qual foi a relação do nível desses gases emitidos e o tipo de dieta, bem como a origem demográfica. Pois bem, um outro estudo espanhol, publicado na revista científica suíça MDPI, trabalhou em cima disto, tanto levando em conta a dieta, quanto a origem demográfica.
Embora seja um tanto constrangedora a situação de tratar deste assunto, vamos pedir coragem e sigamos em frente. Os pesquisadores, liderados por Claudia Barbeiro, avaliaram a alimentação de homens classificados como “ocidentais” (com mais carne e menos vegetais e legumes, ou seja, menos fibras) e os chamados “mediterrâneos”, que tendem a ter uma base muito mais vegetariana, o que seria o outro lado do espectro alimentar.
“Constatou-se que a alimentação vegetariana foi a que mais produziu gases”
Ricardo Felício
Em resumo, os 20 participantes do estudo foram avaliados tanto pela entrada de alimentos (a boca), quanto pela saída (os “fundos”) e constatou-se que a alimentação vegetariana foi a que mais produziu gases, os mesmos que a turma de Dawson tanto incriminaram em relação ao clima. Em outras palavras, vemos outro dos diversos paradoxos propagados pela ala ambientalista, pois mesmo este não sendo nem de longe o objetivo da pesquisa de Claudia Barbeiro, ela deixou indícios de que a alimentação apenas vegetariana também causaria “aquecimento global” — contrariando os lunáticos de plantão.
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Vale registrar que, segundo o artigo publicado por Dawson, a análise foi financiada pela subvenção Natural Environment Research Council (Nerc) do Reino Unido. Reconhecemos a contribuição do programa Ukscape, financiado pelo Nerc (prêmio número NE/R016429/1). Os financiadores não tiveram nenhum papel no desenho do estudo, na coleta e análise de dados, na decisão de publicação ou na preparação do manuscrito.”, mas nem precisariam, afinal, basta ver o tema e o propósito — em especial o programa Ukscape.
O CO2 e a “ciência climática”
Este é o nosso mundo contemporâneo. A preocupação climática alcança patamares de altivez jamais imaginados, onde uma falsa hipótese, baseada em acusar o CO2, o gás da vida, de ser o responsável pela mudança de temperatura do ar média global e pela mudança de um clima global inexistente, serve de pretexto e fomento de pesquisas que, em vez de trazerem excelência à existência humana, só chancelam cada vez mais as bizarrices e insanidades. Se a ciência fosse uma magnânima senhora, estaria totalmente envergonhada neste momento. Não é de se admirar que, no decorrer do milênio, ela seja totalmente extinta, dada a sua inutilidade.
Seja respirando, suspirando, arrotando ou peidando, a “ciência climática” já chegou ao fundo do poço faz muito tempo. Bobagens como essas não são novidade. Na verdade, são praticamente a regra usual e exemplos não nos faltam, desde “pum” em gado, até a obesidade humana causando “aquecimento global”, entre muitas outras tolices, observadas nestes últimos 20 anos.
“Criam problemas onde não existem, bem além do normal, e deixam as reais mazelas de fora do escopo geral”
Ricardo Felício
No mínimo, deveríamos ficar abismados que os supostos nobres e renomados cientistas que apoiam esse embuste e infestam a mídia, sequer critiquem ou admoestem esses tipos de abuso e absurdo. Na verdade, encobrem-no, pois, se estão dentro do discurso e ajudam na “causa”, está tudo bem, demonstrando o corporativismo marginal e a cumplicidade na mentira dos enlaces políticos. Isto nunca foi ciência — foi simplesmente propaganda.
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Assim, cada vez mais concluímos que a ciência — em vez de apresentar soluções aos problemas legítimos da humanidade, desde que não criem outros piores — tem trabalhado justamente no sentido inverso. Criam problemas onde não existem, bem além do normal, e deixam as reais mazelas de fora do escopo geral.
Não é de se admirar tudo isso, dado que são os grandes fundos, fundações, oligopólios, etc. que têm financiado as diversas academias e universidades pelo mundo. Quando não, o poder público dos próprios Estados, cada vez mais ditatoriais, que adoram mais dinheiro e mais poder e que acham que o tamanho da população mundial está causando um “colapso sistêmico”. E esses Estados necessitam de uma solução, nos moldes disfarçados de um certo regime que imperou na Alemanha no século passado. Portanto, se você ainda tinha dúvidas de que é você e o CO2 que os donos do mundo querem tirar da “atmosfera”, aqui veio a última pá de cal.
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