Neste início de ano, Oeste traz novamente aos leitores reportagens que fizeram sucesso ao longo de 2024. Abaixo, o artigo de Luiz Cezar Fernandes, fundador do Disque Denúncia do Rio e fundador do Banco Garantia e do Banco Pactual, publicado originalmente em 14 de julho, que aborda a dificuldade de trabalho para os menores de idade.
Leia o artigo
O Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e as milícias agradecem pela lei que proíbe os jovens menores de 16 anos de trabalharem com carteira assinada. É tudo que eles querem e precisam desses jovens para seus negócios.
Por não poderem trabalhar com carteira assinada e ajudados pelo Bolsa Família, eles estão sendo treinados para trabalhar para o tráfico e para as milícias, que até preferem que esses garotos “nem-nem” (nem estudam nem trabalham) passem pela Fundação Casa para “aprender” a fazer coisa errada de forma mais profissional.
Em comunidades não é incomum encontrar mãe no Bolsa Família e garotos com cordões e pulseiras de ouro, uma bela moto e até um carrão. Um “nem-nem” para o IBGE. Um “avião” para o tráfico. Mão de obra barata, sem sindicato, sem fiscalização.
O que precisamos é que esses jovens possam trabalhar com carteira assinada desde os 14 anos. Na década de 1950, isso era possível. Trabalhar era a forma de receber a formação e o treinamento de que um jovem precisava. Não existiam escolas técnicas, ou, as poucas que tinham, estavam longe das residências dos jovens, e eles não tinham dinheiro para comprar a passagem de ônibus para ir até lá.
+ Quase 10 milhões de jovens não estudam nem trabalham
Foi o meu caso. Eu morava na Avenida Santo Amaro e a única escola técnica existente era a da Fundação Antarctica, perto do Museu do Ipiranga, do outro lado da cidade. E só tinha engenharia, que estava longe de ser o meu forte. Fui então trabalhar.
A formação nessa faixa etária de 14 a 18 anos é muito sólida, e o que se aprende nessa idade não se esquece nunca mais. No meu caso, tudo que sei vem dessa época em que trabalhei como bancário no Bradesco e no Banco Industrial de Campina Grande (incorporado pelo Banco Mercantil do Brasil).
Nunca esqueci os aprendizados que tive nessa época. Pelo contrário, trouxe-os comigo para a vida e eles me levaram a fundar dois bancos de investimento, o Garantia e o Pactual (atualmente BTG Pactual).
+ 36% dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham
Na minha visão, essa história de que o adolescente de 14 anos deveria apenas estudar atrapalha muito mais do que ajuda. Se um jovem dessa idade é proibido de trabalhar, ele não vai ficar em casa. Vai para a rua e terá o mesmo treinamento que eu tive, só que do lado errado. E, aos 16 anos, já será um profissional da bandidagem.
Não é isso que queremos nem do que precisamos. Esses jovens têm de estar dentro das empresas aprendendo a trabalhar e não a matar.
Em tempo: eu jamais poderia ser jovem aprendiz, pois larguei a escola no 6º ano do ensino fundamental e trabalhava de nove a 16 horas por dia.
* Luiz Cezar Fernandes, fundador do Disque Denúncia do Rio e fundador do Banco Garantia e do Banco Pactual
Um dos problemas é que os empresários acreditam que estão acima do sociedade, e a realidade eles são apenas prestadores de serviço como um simples MEI , pra manter o funcionamento e não pra massagear seus egos com o acúmulo de recursos.
Sabem que estão cometendo crimes , e a justiça corrobora dando legitimidade .
Empresários responsáveis davam prioridade as funções sociais que são obrigatórios, justamente porque o desenvolvimento da empresa e o social estão intrinsecamente conectados .
Empresários vivem uma realidade paralela , como se fosse o fantástico mundo de Bob , tipo um roteiro criado por Hollywood onde é só colocar os adolescentes pra trabalhar , que as empresas vão suprir todas as suas necessidades .
Entendo, vendo pelo lado de ocupar o tempo dos adolescentes e tira los dessa ociosidade maldita , em que redes sociais , crime organizado, ou a ilusão de dar bem na vida , como um influencer ou empresário e ignorando o seu semelhante, é o que mais próximo se tem a seguir , ou aceitar a exploração 6×1 e ser manipulado a agradecer a Deus , antes com pouco do que nada .
Justiça Social passa pelo bolso e os cofres de empresários , que adquiriram suas estabilidades financeiras pela extorsão , exploração e desvios de recurso , esses que deveriam ser destinados justamente pra encontrar solução pra esse genocídio que ocorre no país.
Lastimável uma reportagem dessa, que propaga tanta desinformação.
A lei da aprendizagem diz que o adolescente a partir dos 14 pode sim trabalhar com registro em carteira, desde 1950 como citado. O grande problema é a política pública frágil deste setor, que não fiscaliza as empresas para que cumpram suas cotas de jovem aprendiz, para sim poder aprender e levar esse conhecimento para a vida. Inclusive, suas empresas cumprem essa cota? Contratam aprendizes em situação de vulnerabilidade para que tenham a possibilidade de transcender o direito de receber o bolsa família? Aqui onde moro e trabalho a própria prefeitura não cumpre essa cota, aí como faz?!
O MTE fiscaliza as empresas sim, inclusive via ESOCIAL, com multas on-line.
Tem cotas pra jovem aprendiz estudar, a empresa em que trabalho tem uns 20 no SENAI estudando e recebendo salário.
O problema dessa reportagem é o viés político, a ideologia, que não consegue enxergar que o “Deus” deles não mudou uma palha neste tema e ainda rebaixou o MTE para Secretaria na gestão dele
Bandido bom, é bandido morto.
Falou o “Deus acima de tudo” kkkkkk
O que não se quer pra si , não se deseja para os outros ! Bandido , ladrão , crimes , lembre-se não tem classe social !! Empresários vivem de sonegação de impostos , é crime como o crime cometido ao roubar um frasco de produto de limpeza !!
Lula e seus asseclas estão contentes do modo que está!
Lamento a reportagem e o colunista usar a sua experiência como ponto de vista.
O texto culpa a lei quando deveria culpar o Estado pela incompetência de combater o crime de tráfico.
Até porque eh difícil devido a participação de agentes da segurança pública e políticos.
O crime da dinheiro pro traficantes, mas também para o sistema que ganha com toda a cadeia de serviços que envolvem o combate e a contenção dos bandidos. Quem se ferra são os bons policiais e duas famílias e a população vulnerável.