A Polícia Federal (PF) divulgou nesta segunda-feira, 15, que os exames confirmaram serem nove corpos encontrados em uma embarcação no Pará, e não 20, como inicialmente se acreditou. A confusão ocorreu devido ao avançado estado de decomposição. As investigações também concluíram que as vítimas eram migrantes da região da Mauritânia e Mali, na África.
A embarcação foi encontrada à deriva na costa de Bragança, neste no sábado, 13. Oito corpos estavam dentro do barco, e um nono foi localizado nas proximidades.
A conclusão das nacionalidades foi feita a partir de documentos e objetos encontrados juntos dos corpos.
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Entretanto, a PF ainda não descarta a possibilidade da presença de pessoas de outras nacionalidades ou que tenham partido de outros locais.
Os exames dos corpos estão sendo realizados seguindo os protocolos de identificação de vítimas de desastres da Interpol (DVI, na sigla em inglês), que incluem diretrizes para análise de impressões digitais, uso de registros dentários, radiografias, entre outras técnicas forenses.
Em vigor desde 1994, o DVI foi desenvolvido para facilitar a cooperação internacional e a coordenação entre as autoridades responsáveis pela identificação de vítimas em desastres em larga escala.
Além da origem dos mortos, os trabalhos periciais da PF também têm como objetivo descobrir a causa das mortes e o tempo estimado de cada óbito.
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Relembre o caso
No sábado 13, pescadores da região paraense de Bragança avistaram uma embarcação à deriva e acionaram as autoridades locais. O resgate ocorreu nas proximidades da Ilha de Canelas.
Diversos órgãos, além da PF, participaram da operação de remoção dos corpos e da embarcação, como a Marinha do Brasil, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Científica e a Defesa Civil do Pará.
O Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Estado, a Guarda Civil Municipal, o Departamento Municipal de Trânsito de Bragança e a Prefeitura de Bragança também estiveram envolvidos na operação.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu duas investigações: uma de natureza criminal, que visa a apurar possíveis crimes cometidos e a responsabilização penal dos autores, e outra de natureza cível, que investiga questões de interesse público e proteção de direitos, não necessariamente relacionadas a crimes.