A sexta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), revelou que a Bíblia segue como o livro mais lido no país. O livro figurou no topo do ranking em cinco das seis edições da pesquisa: 2007, 2011, 2015, 2019 e 2024.
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No entanto, o número geral de leitores caiu nos últimos anos: de 52% da população, em 2019, para 47%, em 2024. A publicação mostra que 93,4 milhões de brasileiros leram pelo menos um livro nos últimos três meses, uma redução de quase 7 milhões em relação à edição anterior. Além disso, a média de livros lidos por ano caiu de 4,95 em 2019 para 3,96 em 2024.
Entre os leitores, 62% afirmaram não ler livros com frequência. As justificativas para a baixa leitura variam desde falta de tempo (46%) até preferência por outras atividades (9%). Realizada entre abril e julho deste ano, a pesquisa entrevistou 5.504 brasileiros em 208 municípios.
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O estudo também revelou que a leitura digital está em crescimento: 44% dos entrevistados declararam ter lido livros digitais, enquanto 53% ainda preferem os impressos. A Bíblia segue como o livro mais lido, citada por 38% dos participantes. Em relação aos gêneros literários, romances e contos lideram as preferências, com destaque para o público jovem.
A escolaridade e a renda continuam como fatores determinantes para o hábito de leitura. Indivíduos com ensino superior leem, em média, 6,45 livros por ano, contra 3,07 daqueles com apenas o ensino fundamental. Da mesma forma, leitores das classes A e B apresentam hábitos mais frequentes em comparação às classes D e E.
Os 27 livros mais citados pelos pesquisados
- Bíblia — religioso
- O Pequeno Príncipe — Antoine de Saint-Exupéry
- Turma da Mônica — Mauricio de Sousa
- Harry Potter — J.K. Rowling
- Diário de um Banana — Jeff Kinney
- A Culpa é das Estrelas — John Green
- Sítio do Pica-Pau Amarelo — Monteiro Lobato
- A Cabana — William P. Young
- Crepúsculo — Stephenie Meyer
- Violetas na Janela — Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho
- O Menino Maluquinho — Ziraldo
- Dom Casmurro — Machado de Assis
- Pai Rico, Pai Pobre — Robert Kiyosaki e Sharon L. Lechter
- 50 Tons de Cinza — E. L. James
- Capitães da Areia — Jorge Amado
- As Crônicas de Nárnia — C.S. Lewis
- O Diário de Anne Frank — Anne Frank
- Como Eu Era Antes de Você — Jojo Moyes
- Vidas Secas — Graciliano Ramos
- Cinderela — Charles Perrault
- Os Três Porquinhos — Joseph Jacobs
- Iracema — José de Alencar
- A Arte da Guerra — Sun Tzu
- O Grande Conflito — Ellen White
- O Alquimista — Paulo Coelho
- Chapeuzinho Vermelho — Charles Perrault
- Meu Pé de Laranja Lima — José Mauro de Vasconcelos
Vendas da Bíblia crescem 22% nos EUA
Nos Estados Unidos, até o fim de outubro, as vendas da Bíblia cresceram 22% em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Circana BookScan. O levantamento foi publicado em 1º de dezembro deste ano. Esse crescimento contrasta com o aumento modesto de menos de 1% nas vendas totais de livros impressos no país.
Jeff Crosby, presidente da Associação de Editores Cristãos Evangélicos, disse que a ansiedade gerada por avanços em inteligência artificial e pelas eleições tem levado as pessoas a buscarem conforto espiritual. “As pessoas estão experienciando ansiedade, ou estão preocupadas com seus filhos e netos”, afirmou.
Apesar do aumento no número de norte-americanos que se identificam como não religiosos, as vendas da Bíblia alcançaram 14,2 milhões em 2023, segundo o Pew Research Center. Em 2019, foram 9,7 milhões de vendas.
As editoras informaram que a Bíblia vende bem tanto em livrarias religiosas quanto em plataformas de varejo convencionais, como a Amazon. A proliferação de novas edições e designs inovadores contribuíram para o crescimento das vendas.
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