O Brasil registrou 2,4 mil focos de incêndio no sábado 14. Os dados são do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados neste domingo, 15.
A Amazônia concentrou a maior parte das ocorrências, com 1,8 mil focos, o que representa 74,4% do total. O Pará foi o Estado mais afetado, com 1 mil focos em 24 horas, seguido por Mato Grosso com 745 e Amazonas com 265.
Distribuição dos focos de incêndio nos biomas brasileiros
Dos seis biomas brasileiros, cinco apresentaram focos de incêndio. O cerrado teve o segundo maior número de ocorrências, com 547 focos. Esse número corresponde a 22,5% do total.
+ Leia mais notícias do Brasil em Oeste
Em agosto, o Brasil teve o pior número de queimadas em 14 anos, com 68 mil focos, o quinto maior da série histórica iniciada em 1998.
O aumento foi de 144% em relação ao mesmo período de 2023. Em setembro, já registraram 55 mil focos de incêndio, um total de 182 mil ocorrências em 2024.
Seca histórica e seus impactos
Além do aumento dos focos de incêndio, o país enfrenta uma seca histórica, a pior em 44 anos, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais. O órgão é ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
A seca e a estiagem são comuns no inverno brasileiro, que começa em junho e vai até o fim de setembro. Entretanto, a intensidade deste ano é atípica.
Dois fatores principais impactam a situação: ondas de calor intensas, com seis ocorrências desde o início da estação, e a antecipação da seca, que em algumas regiões começou antes do inverno.
Consequências na Amazônia
Na Amazônia, a estiagem se intensificou quase um mês antes do previsto, já no início de junho. Além dos focos de incêndio, a seca apresenta formas preocupantes. Os municípios amazônicos enfrentam cerca de um ano de estiagem, a mais longa já registrada.
Três principais causas são apontadas:
- A intensidade do El Niño, que afetou o regime de chuvas;
- o aquecimento das águas do Atlântico Tropical Norte, cujas temperaturas aumentaram de 1,2 °C a 1,4 °C em 2023 e 2024; e
- temperaturas globais recordes em julho, criando condições para ondas de calor mais fortes.
Leia também: “Incêndios: de quem é a culpa?”, reportagem de Artur Piva publicada na Edição 232 da Revista Oeste