O Brasil registrou 1.482 focos de incêndio, nesta terça-feira, 22, de acordo com o sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na segunda-feira 21, houve 369 focos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 23.
O bioma cerrado é o mais afetado, com 602 focos — o que representa mais de 40% do total. O Estado do Maranhão lidera, com 647 queimadas em 24 horas, seguido pelo Pará, com 226, e o Piauí, com 197 focos. Dos seis biomas brasileiros, cinco foram afetados por incêndios.
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A Amazônia registrou 485 focos, o que corresponde a mais de 30% do total. O Brasil encerrou agosto com 68.635 queimadas, o maior índice em 14 anos, com alta de 144% em relação a agosto do ano anterior. Esse número se tornou o quinto maior da série histórica desde 1998.
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Em setembro, ocorreram 83.157 focos, o pior mês do ano até agora. Esse número fez de setembro o mais severo desde 2010, quando aproximadamente 110 mil queimadas foram registradas. Em comparação a setembro do ano passado, que teve 46.498 focos, houve um aumento de quase 80%.
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Focos de incêndio disparam em outubro
Até agora, em outubro, o Brasil acumula quase 25 mil focos de incêndio, chegando a 234.278 ocorrências no ano. Além do aumento do número de incêndios, o país enfrenta uma seca histórica, considerada a pior em 75 anos, segundo o Instituto Chico Mendes da Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
A seca que atinge muitos municípios é típica do inverno brasileiro, que começou em junho e terminou em setembro. Contudo, a intensidade é incomum neste ano, impactada por dois fatores principais: fortes ondas de calor e antecipação da seca.
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Desde o começo da temporada, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) registrou seis ondas de calor e apenas quatro de frio. Em algumas regiões, a seca começou antes do inverno, como na Amazônia, onde a estiagem se intensificou um mês antes do previsto.
Na Amazônia, além dos incêndios, a seca preocupa. Municípios enfrentam quase um ano de estiagem, a mais longa já registrada, em virtude de três causas principais: a intensidade do El Niño, o aquecimento anormal das águas do Atlântico Tropical Norte e as temperaturas globais recordes.
O El Niño, que ocorre as águas do Oceano Pacífico, impactou o regime de chuvas, de modo a atingir seu pico no começo deste ano. A temperatura do Atlântico Tropical Norte subiu entre 1,2°C e 1,4°C. Em julho, o mundo registrou a maior temperatura da história, que promoveram ondas de calor intensas.
O Brasil de Lula pega fogo
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu dois recordes ambientais em 2024. De acordo com o Aqua, satélite de referência do Inpe, o Pantanal e o cerrado nunca tiveram tantos registros de incêndios florestais num primeiro semestre.
Reportagem do editor-assistente de Oeste, Anderson Scardoelli, mostra que houve mais de 3,5 mil focos de calor (nome técnico usado para queimadas e incêndios florestais) em cada uma das áreas, respectivamente, de janeiro a junho deste ano.
Dos outros quatro biomas que cobrem o território nacional, Amazônia, caatinga, Mata Atlântica e pampa, somente o último apresentou um número menor de queimadas em relação ao mesmo período do ano anterior. Os fatos mostram que, com o petista à frente da Presidência da República, o Brasil pega fogo.
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