Caixa-preta da Voepass revela gritos e o desespero do copiloto, diz jornal

As gravações da caixa-preta do avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP), na última sexta-feira, 9, revelam gritos e o pedido do copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva por mais potência na aeronave. O acidente resultou na morte de 62 pessoas. As informações da caixa-preta foram divulgadas pelo Jornal Nacional, nesta quarta-feira, 14.

A FAB, depois da divulgação, disse que a imprensa não teve acesso aos áudios, transcrições e dados das caixas-pretas.

+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste

O Centro de Investigação e Prevenção a Acidentes Aéreos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, é responsável pela condução da investigação. Ela inclui cerca de duas horas de conversas dentro do avião. Segundo as equipes do órgão, a aeronave perdeu altitude repentinamente, e a análise do áudio não permite determinar a causa da queda.

Momentos antes do impacto de avião da Voepass, segundo caixa-preta

De acordo com a transcrição, o copiloto percebeu a perda de altitude e perguntou o que estava acontecendo. Ele sugeriu “dar potência” para evitar a queda. A tripulação ainda tentou reagir durante a descida brusca, mas sem sucesso. Apenas um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o impacto no solo. A gravação revela gritos e um grande estrondo no momento do choque.

A investigação continua, e o laudo deve vir a público dentro de um pzazo de 30 dias. Os investigadores enfrentaram dificuldade para decifrar os áudios devido ao barulho das hélices na cabine, que estão localizadas na parte superior da fuselagem.

Análise preliminar e identificação das vítimas

O Cenipa não identificou sons de alerta, como alarme de incêndio, falha elétrica ou pane no motor, na análise preliminar. Até a tarde de quarta-feira 14, a Secretaria de Segurança Pública conseguiu identificar os corpos de 56 vítimas. Vinte e sete já foram liberados para os familiares.

Leia também: “Mesmo depois de acidente, Latam mantém parceria com Voepass“

FAB diz seguir protocolos legais

A Força Aérea, por meio do Cenipa, “assegura que nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB”, envolvida no acidente aéreo em Vinhedo.

O Cenipa destaca, ainda, que “segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), pelo Decreto 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, de 1944”.

Além disso, a FAB “reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como pelo respeito à dor dos familiares das vítimas envolvidas no acidente”.