Imagine abrir uma cápsula do tempo cem anos depois e ler os relatos deixados pelas pessoas da época. Foi isso o que ocorreu com mais de 600 alunos da Escola Sud Mennucci, em Piracicaba (SP).
Em 7 de setembro deste ano, eles abriram uma cápsula do tempo que foi fechada em 1922, por antigos estudantes. Alguns funcionários da escola, do governo, ex-alunos e representantes do município acompanharam a abertura.
A ideia de guardar objetos no interior de uma parede do colégio surgiu quase 30 anos depois de a escola ser inaugurada. O autor da iniciativa é Honorato Faustino, então diretor da instituição. À época, o Brasil era uma República recém-formada.
Na cápsula do tempo foram inseridos diversos objetos, entre eles, cartas e documentos. Todos deveriam mostrar como as pessoas da época viviam, a rotina dos alunos e quais as expectativas dos estudantes para o futuro. Os materiais foram reunidos em 7 de setembro daquele ano, mas guardados em 15 de novembro, mesma data da Proclamação da República.
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Todos os detalhes sobre o fechamento da caixa foram descritos em uma ata pelo diretor. “A caixa de cobre está encerrada em uma câmera cimentada, na parede que separa o anfiteatro do vestíbulo, quase ao rés do chão, em frente à porta principal da entrada do edifício para o lado da atual Rua de São João”, escreveu Faustino, há cem anos.
O maior receio de todos que acompanharam o evento era se os objetos e os documentos teriam se conservado depois de todos os anos enterrados. A cápsula foi retirada na frente de todos. No entanto, foi levada para uma sala com pouca iluminação logo em seguida, para que a luz não danificasse os materiais.
O historiador Maurício Beraldo disse ao G1 que praticamente todo o material foi salvo: cadernos, boletins, trabalhos escolares, selos, dinheiro, jornais, registro das comemorações da Independência e fotos dos professores dando aula.
Algumas fotografias se apagaram com o tempo, mas as demais ficaram conservadas. Beraldo também explicou que o material foi cuidadosamente embalado pelo antigo diretor, isso teria auxiliado na conservação. “Agora, vamos nos debruçar sobre cada objeto, estudar cada um deles, higienizar, colher todas as informações para depois poder apresentar para vocês”, disse.
Depois que todo o material for analisado, vai ficar exposto no Museu Histórico e Pedagógico Prudente de Moraes, em Piracicaba. Conforme a Secretaria Estadual de Educação, até novembro deste ano o público poderá conhecer de perto cada objeto.
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Muitas emoções reviver através dos tempos tudo que nossos antepassados viveram nessa época, é um pedaço da história de valor inestimável para os historiadores se debruçarem neste material de valor sentimental inestimado para nos contar o que essa capsula trouxe 100 anos depois. A escola deveria ser rebatizado com o nome de Honorato Faustino, o idealizador dessa capsula.
Concordo plenamente! Fica em paz! A gente precisa mais disso. Exemplo arrasta!