Em 2007, depois de três tentativas frustradas de negócios, o casal de empresários gaúchos Ronivon Machado, 47 anos, e Fabiana Machado, 44, inaugurou a Pimenta Pastéis em Sombrio, interior de Santa Catarina. Em 2023, a rede de franquias atingiu um faturamento de R$ 12,6 milhões, com seis unidades.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a jornada do casal começou há 17 anos, quando se mudaram do Rio Grande do Sul para Santa Catarina. Na época, venderam um mercadinho para investir em um negócio de sorvetes que não prosperou.
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste
Seguindo a sugestão de um amigo, encontraram uma pequena pastelaria à venda em Balneário Gaivota, cidade vizinha, com 15 mil habitantes. Investiram R$ 9 mil no local.
“Não tinha nada”, disse Ronivon. “Tivemos de colocar um balcão, uma fritadeira e trocar tudo, até as mesas. Melhoramos os processos e a qualidade dos produtos, trocamos os fornecedores.”
A inauguração aconteceu em junho de 2007, com algumas mesas à beira da praia durante o verão. “Foi um sucesso desde o dia em que abriu”, relatou Ronivon. “Não esperávamos que fosse vender tanto. Foi quando vimos que o negócio tinha potencial.”
Em 2010, transferiram o negócio para Sombrio e alugaram um espaço de 110 m², onde funcionava um cartório. “Sempre lotava”, conta Ronivon.
Em 2018, perceberam que o local não comportava mais a clientela crescente e investiram cerca de R$ 1,8 milhão em um terreno de 510 m² na principal avenida da cidade, onde está a matriz.
A mudança de ambiente foi crucial. Ronivon afirma que a marca se sustenta em três pilares: produto, atendimento e ambiente. Com a nova estrutura, investiram em climatização, cadeiras acolchoadas e mesas de madeira. “Foi a virada de chave”, disse Ronivon. A menor unidade tem 216 m², enquanto a matriz possui 510 m².
Leia também:
Em 2019, decidiram franquear a marca e contrataram uma empresa para formatar o franchising — modelo de negócio para conceder o direito de uso da marca ao franqueado.
O plano foi interrompido pela pandemia de coronavírus, mas a pausa permitiu reestruturação. Ronivon fez pós-graduação em gastronomia, Fabiana em recursos humanos, e o filho, Aleksander Machado, formado em marketing, se especializou em gestão estratégica.
Pastelaria tem seis unidades franqueadas
Em 2021, iniciaram a comercialização das franquias. Além das seis unidades operantes, uma nova está em negociação. Compraram duas casas vizinhas à matriz para abrigar a fábrica de massas e o escritório da marca. Os pastéis preferidos dos clientes são os de camarão, filé e o da casa, com preços entre R$ 18,9 e R$ 34.
Para fidelizar os fregueses, lançaram o programa Fidelize, que acumula pontos a cada compra e permite trocas por brindes. O programa possui 17 mil clientes cadastrados, e a matriz recebe cerca de 450 clientes por dia, com 30% do faturamento vindo do delivery.
“É um mecanismo que usamos para engajar o cliente”, explicou Ronivon. “A vantagem, para ele, é ter itens exclusivos. Para nós, é de conseguir mensurar o que ele consome, qual a preferência de sabores, as datas de aniversário para mandarmos brindes, o tempo de recorrência para mandarmos mensagem quando sentirmos falta.”
Leia mais:
Inicialmente, o principal desafio foi a falta de capital. “Começamos bem pequeninhos, mas sempre focamos na empresa”, afirmou Ronivon ao Estadão. “O maior desafio foi tentar crescer com muito pouco. Nunca financiei um real, sempre investimos recursos próprios.”
Em 2018, profissionalizaram a identidade visual e padronizaram os processos ao contratar uma nutricionista. “Hoje você vai em uma loja da marca em Araranguá ou Tubarão, e o pastel é exatamente igual ao que é vendido na minha loja”, disse Ronivon.
A expansão está limitada ao Sul do Brasil, com planos de avançar para o Sudeste em breve. Para 2024, a Pimenta Pastéis espera alcançar R$ 15 milhões de faturamento e estima chegar a 30 lojas em cinco anos.
A marca possui 793 avaliações no Facebook, com média de 4,1 estrelas. As críticas são principalmente relacionadas ao atendimento, e quase todas foram respondidas pela loja.