Segundo o Censo 2022, o Brasil tem apenas três cidades com mais pessoas morando em apartamentos do que casas: Santos e São Caetano do Sul, em São Paulo, e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
No Brasil, a maioria da população, um total de 84,8%, vive em casas. Em apartamentos, somente 12,5% dos habitantes. O país tem 59,6 milhões de casas ocupadas, onde residem 171,3 milhões de pessoas.
O Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo foi publicado nesta quinta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os últimos resultados apontam que 25,2 milhões de pessoas vivem em apartamentos no Brasil.
Por que Santos, Balneário Camboriú e São Caetano do Sul têm mais pessoas vivendo em apartamentos?
Os domicílios do tipo “casa de vila ou em condomínio”, que abrigavam 1,6% dos habitantes do país em 2010, passaram a abrigar 2,4% em 2022. Assim, em conjunto, os tipos “casa” e “casa de vila ou em condomínio” reúnem 87,2% da população.
Em Santos, no litoral paulista, 63,4% da população vive em apartamentos, conforme os dados de 2022. Em 2010, esse número era de 57,8%.
“É um município com boa parte de sua área em uma ilha, onde fica a parte urbana já totalmente ocupada”, disse Bruno Perez, analista da pesquisa. “Por isso, a tendência de expansão é a verticalização. Parte do que poderia ser a periferia e regiões menos adensadas de Santos estão em municípios vizinhos.”
Balneário Camboriú, que chama atenção por seu número de arranha-céus, tem mais moradores de apartamentos por razões diferentes. O Censo 2022 do IBGE atribuiu o cenário à atividade imobiliária intensa nos últimos anos e pela movimentação turística importante para a região Sul.
O município catarinense “viu o percentual de moradores em apartamentos saltar de 48,9% para 57,2% do Censo 2010 para o Censo 2022”, explica o IBGE. A cidade do litoral norte de Santa Catarina tem chamado a atenção pelo grande número de arranha-céus construídos recentemente.
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“É uma tendência de áreas litorâneas valorizadas economicamente: um adensamento que gera verticalização para atrair mais pessoas que querem estar próximas às praias”, explicou o pesquisador Perez.
Já São Caetano do Sul, em São Paulo, tem 50,77% dos seus habitantes morando em apartamentos. A cidade tem uma área relativamente pequena, com população de porte médio muito inserida na Região Metropolitana de São Paulo.
“Ou seja, tem características semelhantes à área do chamado Centro Expandido de São Paulo: bastante adensado e tem verticalização considerável”, diz Perez.