Na manhã da sexta-feira 30, a cidade de Campos do Jordão, em São Paulo, registrou -2,6 graus centígrados, um recorde nos últimos doze anos. Durante a semana, nevou no Rio Grande do Sul e na serra de Santa Catarina. A Defesa Civil catarinense contabiliza 51 cidades com temperaturas negativas no Estado. No Parque Nacional de São Joaquim, a sensação térmica chegou a -20 graus, em uma região conhecida como Morro da Igreja. Oeste entrevistou o professor Ricardo Felício para entender o que está acontecendo com o clima no país. Ele é mestre em meteorologia e sobre a Antártida e professor-doutor em climatologia. Sua mais recente empreitada é um canal no YouTube, em que aborda esses assuntos de maneira didática.
“Da cidade ao campo: neve, geada e frio intenso”
De acordo com o pesquisador, os próximos invernos também podem ser intensos. Tudo dependerá da atividade solar, que tende a se manter baixa até 2045. Para Felício, o homem não tem tanto poder sobre as mudanças climáticas no planeta.
A seguir, os principais trechos da entrevista.
O que pode justificar as baixas temperaturas em boa parte do Brasil nos últimos dias?
Além de ser inverno, estamos com uma confluência de fatores muito específica. É uma coleção de fenômenos entre anticiclones polares móveis e ciclones extratropicais. A combinação entre eles favoreceu a entrada de fluxos de ventos muito frios, com origem no Mar de Weddell, na Antártida, em sentido à América do Sul. Esse deslocamento atingiu o Chile, a Argentina, o Uruguai e algumas partes do Brasil. Em nosso país, os Estados afetados são principalmente aqueles nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
A queda nos termômetros é mundial ou só ocorre no Brasil?
Os invernos no Hemisfério Norte estão mais frios desde 2007. Os países daquela parte do globo têm registrado, por exemplo, quebra de safra. Por isso ocorre a antecipação de compra de grãos. Porém, agora, por lá é verão.
“‘Não somos parasitas da natureza, fazemos parte dela’”
O Brasil já registrou temperaturas tão baixas em outros anos?
Tivemos temperaturas baixas em 2007 e 2013, além de 2017. Naquele ano, a onda fria foi tão intensa que transitou de um hemisfério para o outro. Deslocou-se do Sul para o Norte, em sentido noroeste do Brasil, mas se dissipou quando atravessou a linha do Equador. Atingir essa latitude é uma raridade.
As médias anuais de temperatura estão diminuindo ou aumentando?
De 1979 até o fim do século 20, as temperaturas oscilaram para cima e para baixo na faixa negativa da série total. Depois, foram dez anos alternando-se na média da série climatológica de dados de satélite. Aí veio uma pequena elevação de seis ou sete anos causada por um super “El Niño”, no começo do século 21. E agora está pendendo para baixo de novo. Está dentro do esperado.
De que modo essas quedas se relacionam com fenômenos de mudanças climáticas?
A variabilidade climática é a constante e faz parte da vida dos pesquisadores realizar o monitoramento.
O que podemos esperar dos próximos invernos no Brasil?
É difícil ser exato. Nunca um inverno é igual a outro, assim como nunca um verão é igual a outro. Caso a atividade solar continue fraca, coisa que deve permanecer até por volta de 2045, a gente prevê que ainda existam ondas de frio nos próximos anos. Mas isso pode ocorrer em períodos bem distintos. Em 11 de setembro de 2001, registrou-se a marca de -4 graus no Parque Nacional de Itatiaia (RJ), em uma onda de frio tardia.
Qual sua avaliação sobre a tese de aquecimento global causado pelo homem?
Ela é somente uma hipótese. Ou seja, carece de comprovação científica para atestar que as emissões humanas interferem no clima do planeta. A erupção de um vulcão equivale à emissão de gases de toda a produção industrial do mundo em um ano. Hoje existem 1,4 mil vulcões ativos ao redor do globo.
O Morro da igreja, 1820 m de altitude, fica em Urubici e não em Sao Joaquim.
Aí os bolsonaristas chucros leem coisas como “aquecimento global eh apenas uma hipótese”, abanam o rabo e, do alto das suas culturas de gibi começam a falar em sair da bolha, comunismo, vida inteligente na Usp, um festival de terraplanismo religioso digno da idade media
Parabéns à Oeste pela entrevista do professor Ricardo Felício do programa “Ricardo Felício Oficial”. O acompanho sempre no youtube o sininho continua ativado.
Excelente investida da Revista Oeste em entrevistar um profissional competente!
Após a queda do Muro de Berlim, parte dos comunistas se travestiram de ambientalistas para dar seguimento a suas ganas autoritaristas, impedindo o crescimento das atividades comerciais no mundo.
Hoje, globalistas usam essa mesma agenda para dar vazão a seus intentos igualmente autoritaristas. E nós, ó…
Excelente colocação, essa turma se traveste como camaleão, é preciso ficarmos super atentos. Valeu.
Parabéns a revista Oeste por falar com espécialista fora da bolha.
Meus parabéns para a revista oeste por abrir espaço para o professor Ricardo.
Obrigado por dar voz ao Prof. Ricardo Felício. Ele representa aqueles que tem voz antagônica ao stablishment climático mundial, com isso vocês oportunizam o contraponto à discussão. Algo que não é natural dos “democráticos” domesticados pelo stablishment, pois estes são os verdadeiros fascistas, não aceitam contrapontos, mas apenas voz única.
EM 1975 NEVOU EM CURITBA E A GEADA DEVASTOU A MAIOR PLANTAÇÃO DE CAFÉ DO MUNDO, NO NORTE DO PARANÁ.
EVENTUALMENTE, ISSO SEMPRE IRÁ ACONTECER NA REGIÃO SUL.
Ricardo Felício é a prova de que ainda resta vida inteligente na USP.
Favor corrigir o nome da cidade. Existe São Joaquim e Bom Jardim da Serra, são cidades distintas.
Prof. Ricardo Felício é fera. Parabéns para à Revista Oeste pela escolha do entrevistado.