Esta quinta-feira, 1º, foi marcada não apenas pela condução de Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em substituição a Flávio Dino, que assumirá como juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), mas também por representar a quinta troca de ministros feita por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 13 meses de governo.
As mudanças de Lula em 2023 começaram em abril, com o pedido de demissão do general Gonçalvez Dias, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em meio aos escândalos dos vídeos divulgados pela CNN, nos quais o “homem forte de Lula” aparecia dentro do Palácio do Planalto no dia das manifestações de 8 de janeiro.
Dias foi substituído pelo general Marcos Antonio Amaro dos Santos.
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Relembre as outras trocas feitas por Lula em 2023
Três meses depois da saída de Dias, em julho, foi a vez de Daniela Carneiro deixar o Ministério do Turismo. Isso ocorreu após ela pedir desfiliação do União Brasil, o que fez a legenda perder um ministério sob sua indicação dentro da gestão petista, enfraquecendo os acordos de articulação de votos a favor do governo Lula na Câmara.
Daniela, deputada federal e mulher do prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho (Republicanos), considerado um dos principais cabos eleitorais de Lula no Estado fluminense, foi substituída por Celso Sabino (União Brasil-PA).
Dois meses depois, em setembro, foi a vez de Ana Moser (sem partido), então ministra do Esporte, e de Márcio França (PSB), que comandava o Ministério de Portos e Aeroportos, deixarem suas pastas.
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Ana foi substituída por André Fufuca (Progressistas) e França por Silvio Costa Filho (Republicanos).
Apesar de ter sido demitida por Lula, a ex-jogadora de vôlei, que foi ministra por apenas oito meses, recebeu da Comissão de Ética Pública uma quarentena remunerada de R$ 41 mil (salário de ministro) pelo período de seis meses e nomeada conselheira fiscal do Serviço Social do Comércio (Sesc) em novembro.
França também recebeu um agrado de seu aliado. Para realocá-lo, Lula criou o Ministério do Empreendedorismo, Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
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A mudança no primeiro escalão do governo não é um fato incomum. Desde a redemocratização, todos os presidentes fizeram trocas, com exceção do próprio Lula em seu primeiro mandato em 2003, que manteve o quadro intacto nos 12 primeiros meses de gestão.
Veja a troca de ministros feitas pelos governos anteriores no 1º ano de mandato
No primeiro ano de mandato, em 2019, Jair Bolsonaro (PL) fez três trocas de ministros.
Michel Temer (2016-2017) fez sete mudanças; Dilma Roussef (2011), nove; Lula (2007), 11; e no mandato anterior (2003), nenhuma.
Fernando Henrique Cardoso (1995) fez uma troca de ministro; Itamar Franco (1992-1993) fez sete, Fernando Collor (1990) duas; e José Sarney (1985), também duas.
Petista é mestre em deixar ministros entrarem em decomposição.
Fede mesmo.