O acesso de veículos ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, sempre costuma dar dor de cabeça para quem está em cima da hora de embarcar.
São muitos carros e táxis que chegam e saem simultaneamente de um dos aeroportos mais importantes e movimentados do Brasil. Realidade pré-pandemia.
Seis da manhã de sábado 11 de julho de 2020
Desta vez, foi bem diferente.
Fui a Congonhas para viajar para Belo Horizonte, em meu primeiro voo durante a crise sanitária provocada pelo coronavírus.
Devido às limitações impostas pela pandemia, encontrei o aeroporto praticamente vazio e com a grande maioria das lojas fechada.
Toda a estrutura foi preparada para se adaptar ao “novo normal”: havia disponibilização de álcool em gel e letreiros traziam informações sobre a prevenção à covid-19. Passar pelo detector de metais nunca foi tão rápido, pareciam existir mais funcionários do que passageiros.
Enquanto não chegava a hora de embarcar, observava — com certa tristeza — o aeroporto silencioso, vazio, sem aquela agitação comum até poucos meses atrás.
Avisos sonoros informavam que o embarque ocorreria por setores e reforçavam a importância de manter o distanciamento. Marcações no chão e nas cadeiras indicavam as distâncias seguras, e as pessoas respeitaram as recomendações.
Embarque iniciado, o avião começou a encher. Todos os passageiros e tripulantes usavam máscara e algumas pessoas também optaram por protetor facial de acrílico.
Contrastando com o aeroporto vazio, o voo estava cheio e não houve distanciamento entre os assentos, praticamente todos estavam ocupados.
O voo partiu no horário previsto, e todos os passageiros mantinham o uso da máscara.
Do alto, o mundo continua igual. Belas paisagens puderam ser vistas do avião, como a represa de Furnas, no sul de Minas.
No meio do trajeto — de cerca de uma hora —, anunciou-se que haveria serviço de bordo. Foram oferecidos salgadinho de presunto, goiabinhas e água.
Nesse momento, a maior parte das pessoas tirou a máscara, e era visível o desconforto com o abandono, ainda que por pouco tempo, do item de proteção.
Provavelmente foi nessa circunstância que ocorreu maior risco potencial de infecção.
Após o pouso na capital mineira, o desembarque se realizou pela ordem das fileiras.
No Aeroporto de Confins, a situação se repetiu. Para além dos poucos embarques e desembarques, o local estava praticamente vazio.
No saguão, um famoso restaurante que serve pratos típicos da culinária mineira estava deserto.
Em Belo Horizonte, a pandemia ainda está avançando e, por determinação do prefeito Alexandre Kalil, bares e restaurantes estavam fechados.
Ao sair do aeroporto, um taxista me abordou e ofereceu uma corrida “a preço de Uber e ônibus”.
Até o centro de BH, ele foi relatando as dificuldades enfrentadas durante a pandemia e comentou que o movimento, inclusive no aeroporto, tem aumentado aos poucos.
A volta para São Paulo aconteceu dois dias depois, praticamente com a mesma sequência de cenas.
Uma semana mais tarde, eu me submeti ao teste RT-PCR, que detecta a covid-19. O resultado: “SARS-CoV-2 (COVID19) NÃO DETECTADO”.
Chega a ser RIDÍCULO! Os cuidados valem para o aeroporto e são abolidos dentro das aeronaves. Ou as restrições não funcionam ou estão sendo abolidas de acordo com a conveniência. Quanta hipocrisia!
Condordo com a Carla! Ridículo…
Interessante observar que na ocorrência de contaminação no voo, as pessoas imediatamente deixarão de voar. Se não há respeito ao cliente/passageiro, não há cliente/passageiro. Simples assim!
Pois imagine um voo internacional com 12 horas de duração, lotado, com todos os percalços acima citados, mais imigração e alfândega?