Um estudo sobre a qualidade de vida nas cidades brasileiras, de autoria de organizações civis e internacionais, revela que Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, possui a melhor qualidade de vida do país. Em contrapartida, Uiramutã, em Roraima, ocupa a última posição no ranking.
O levantamento, que aplicou o Índice de Progresso Social (IPS) em 5.570 cidades, mostra uma profunda desigualdade entre as regiões brasileiras. Para fins estatísticos, o ranking considerou Brasília e Fernando de Noronha como municípios.
Estados como São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais concentram as cidades com melhores condições de bem-estar social. O Estado paulista domina o top dez, com oito municípios na lista.
As dez melhores cidades do país, segundo o IPS:
- Gavião Peixoto (SP) — 74,49;
- Brasília (DF) — 71,25;
- São Carlos (SP) — 70,96;
- Goiânia (GO) — 70,49;
- Nuporanga (SP) — 70,47;
- Indaiatuba (SP) — 70,47;
- Gabriel Monteiro (SP) — 70,42;
- Águas de São Pedro (SP) — 70,37;
- Jaguariúna (SP) — 70,29; e
- Araraquara (SP) — 70,22
O coordenador da divisão do IPS no Brasil, Beto Veríssimo, destaca que a classificação no instituto não se pauta pelo produto interno bruto (PIB) local. Também ressalta que o ranking não analisa a parte de prestação de serviços. De acordo com ele, a lista é formulada a partir da junção de indicadores como taxas de homicídios, taxas poluição, informações sobre expectativa de vida e dados sobre acesso ao ensino superior.
“Para o IPS não interessa quanto o município investe”, afirmou Veríssimo, ao jornal O Globo. “Queremos saber o resultado, saber se no final do dia as pessoas estão vivendo melhor. Nem sempre a cidade com maior renda tem melhor qualidade de vida — explica Veríssimo, que diz que os resultados finais não surpreenderam muito.”
Desigualdade regional no Brasil
Estados da Região Norte — como Pará, Amazonas, Roraima, Amapá e Acre — aparecem com os piores resultados.
Uiramutã, em Roraima, não tem somente a pior nota do IPS, mas também a maior proporção de indígenas. Os dados são do Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ranking dos dez piores municípios, conforme o IPS, todos estão em dois Estados da Região Norte: Pará, com sete representantes, e Roraima, com três (incluindo a já mencionada Uiramutã).
- Uiramutã (RR) — 37,63;
- Alto Alegre (RR) — 38,38;
- Trairão (PA) — 38,69;
- Bannach (PA) — 38,89;
- Jacareacanga (PA) — 38,92;
- Cumaru do Norte (PA) — 40,64;
- Pacajá (PA) — 40,7;
- Uruará (PA) — 41,26;
- Portel (PA) — 42,23; e
- Bonfim (RR) — 42,27.
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O estudo foi conduzido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Ainda, a pesquisa teve como parceiros a Fundación Avina, a Amazônia 2030, a Anattá Pesquisa e Desenvolvimento e o Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative.
Ele avalia se os municípios oferecem o necessário para prosperar, desde abrigo e alimentação até acesso à informação e igualdade.
Metodologia e indicadores das cidades
Para calcular o IPS, foram utilizados 53 indicadores públicos de diversas fontes oficiais, entre elas estão o Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde, o Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, o Conselho Nacional de Justiça, o Mapbiomas, a Agência Nacional de Telecomunicações e o CadÚnico.
O IPS possui três dimensões principais:
- “Necessidades humanas básicas”, com pontuação de 73,58;
- “Fundamentos para o bem-estar”, com 67,1; e
- “Oportunidades”, que ficou em último lugar, com 44,83.
Cada componente contribui para a média final pela soma dos indicadores.
Confira o ranking das capitais brasileiras com melhor qualidade de vida
Ranking | Capital | UF | IPD Brasil |
1 | Brasília | DF | 71,25 |
2 | Goiânia | GO | 70,49 |
3 | Belo Horizonte | MG | 69,62 |
4 | Florianópolis | SC | 69,56 |
5 | Curitiba | PR | 69,36 |
6 | São Paulo | SP | 68,79 |
7 | Cuiabá | MT | 68,47 |
8 | Campo Grande | MS | 68,21 |
9 | Palmas | TO | 68,07 |
10 | Aracaju | SE | 67,89 |
O título diz ao leitor para conferir o ranking das dez melhores cidades para se viver no Brasil, a epígrafe cita Gavião Peixoto e a lista apresentada é de capitais (!?). Que edição é essa?!