Em uma reunião tumultada nesta sexta-feira, 5, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) determinou uma punição mais branda para o deputado Fernando Cury (Cidadania), acusado de assédio sexual contra a colega Isa Penna (Psol). Durante uma sessão realizada em dezembro do ano passado, o parlamentar foi flagrado apalpando a colega.
Por 5 votos a 4, o conselho decidiu mudar o parecer do relator do processo na Casa, o deputado petista Emidio de Souza, que defendia a suspensão de Cury por seis meses. A eventual punição por um semestre já seria uma solução negociada por diversas lideranças políticas, muitas das quais ligadas a Cury, para evitar a cassação do mandato. Mesmo assim, o Conselho de Ética optou por suspendê-lo por apenas quatro meses.
O parecer aprovado pelo colegiado será encaminhado à Mesa Diretora da Alesp, que irá submetê-lo à apreciação do plenário. Em votação aberta e nominal, os deputados decidirão se acolhem ou rejeitam o pedido de suspensão. É necessária maioria simples de votos para a aprovação.
A ideia de abrandar a punição a Cury foi proposta pelo deputado Wellington Moura (Republicanos), que havia apresentado um pedido de vista e interrompido a última sessão do colegiado. Votaram a favor da suspensão por quatro meses, além de Moura, os deputados Delegado Olim (Progressistas), Adalberto Freitas (PSL), Alex de Madureira (PSD) e o corregedor da Casa, Estevam Galvão (DEM). Em protesto contra a decisão da comissão, Souza e o deputado Barros Munhoz (PSDB) renunciaram aos seus postos no Conselho de Ética.
A denúncia de assédio sexual também está sob investigação do Ministério Público. Fernando Cury também está na mira do próprio partido. O Cidadania decidiu afastar o deputado, ainda em dezembro, mas o processo está interrompido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal após recurso da defesa do parlamentar. A legenda recorreu e aguarda decisão final da Justiça.