As contas bancárias da família da influenciadora Deolane Bezerra foram encerradas em novembro do ano passado depois de movimentações financeiras suspeitas. A apuração é do jornal Extra.
Os bancos detectaram transações de altos valores, incompatíveis com as rendas declaradas. As contas da mãe, do filho e da irmã da influenciadora movimentaram R$ 7,9 milhões em 1.180 transações via Pix — tudo em menos de seis meses.
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Foi exatamente nesse período que a família virou alvo da Polícia Civil de Pernambuco e personagem da Operação Integration.
A mãe de Deolane, Solange Alves Bezerra Santos, é uma das principais investigadas. Entre 1º de dezembro e 21 de janeiro de 2023, ela movimentou R$ 478.973,61, apesar de ter uma renda presumida de R$ 10.004,37.
O inquérito ao qual o Extra teve acesso revelou que 35,1% desse montante foi destinado à Pay Brokers Cobrança e Serviço, uma das empresas investigadas na operação.
Em mais de 60 Pix feitos na conta de Solange, aparecem também outras empresas ligadas às casas de apostas.
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As movimentações na conta do filho caçula de Deolane, de 17 anos, também levantaram suspeitas. “A renda mensal de R$ 2.033,29, não ampara a movimentação, visto que a conta acolheu o montante a crédito no valor de R$ 1.393.959,84 no período analisado”, diz o inquérito.
De 1º de dezembro a 31 de maio de 2023, os débitos na conta totalizaram R$ 1.357.464,96, sendo 99% transferências via Pix.
Entre pagamentos e valores recebidos, foram totalizados mais de 380 transações via Pix em menos de seis meses.
“Fica patente ainda que Deolane utiliza-se de sua genitora e do seu filho menor de idade para lavagem de capitais investigada no presente inquérito policial”, afirma o documento.
Irmã de Deolane tentou sacar R$ 2 milhões para comprar imóvel
A irmã caçula de Deolane, Dayanne Bezerra Santos, de 35 anos, também foi uma peça-chave na investigação. Em novembro, ela tentou sacar R$ 2 milhões em espécie para a compra de um imóvel em São Paulo.
A tentativa de saque alertou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que, no dia 24 de novembro, avisou a polícia.
A movimentação foi considerada incompatível com a renda de R$ 21 mil mensais de Dayanne — ela tem apenas 1% de participação na Bezerra Publicidade, que tem Deolane como sócia majoritária.
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“Ocorre que o saque de R$ 2 milhões não foi autorizado pelo banco, que ainda cancelou a conta da Deolane Bezerra por suspeita de lavagem de dinheiro”, consta no inquérito.
A vida financeira de Dayanne passou a ser investigada. No período analisado, que vai de 1º de abril a 30 de setembro de 2023, a conta dela recebeu a crédito o valor de R$ 6,1 milhões, sendo 93% em 737 transferências via Pix.
“Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira do cliente”, apontou a investigação.
