Presidente disse que vai conversar com o ministro da Saúde, Nelson Teich, para que SUS use medicamento em protocolo de atendimento
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira, que solicitará ao ministro da Saúde, Nelson Teich, que inclua a cloroquina e seu derivado, a hidroxicloroquina, no protocolo de atendimento a pacientes com sintomas leves da covid-19 pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“O meu entendimento, ouvindo médicos, é que ela deve ser usada desde o início por parte daqueles que integram o grupo de risco”, disse o presidente. “Pessoas com comorbidades ou de idade, já deve ser usada a hidroxicloroquina”.
Ele afirmou que enquanto não houver um medicamento específico para a doença, a cloroquina deve ser utilizada. “Como estamos em uma emergência, a cloroquina, que sempre foi usada desde 1955, e agora com a azitromicina, pode ser um alento para essa quantidade enorme de óbitos que estamos tendo no Brasil”.
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O Ministério da Saúde já utiliza o medicamento no SUS, mas apenas em casos de média e alta gravidade. Caso opte por receitá-la a um paciente com sintomas leves, o médico precisa se responsabilizar integralmente pelo protocolo adotado. “Está sendo usado largamente no Brasil, mas não na rede SUS. Na rede SUS o médico tem uma cartilha, que é o protocolo, se ele usa algo diferente daquilo ele vai ser responsabilizado. E lá está escrito que é apenas para caso grave”, lamentou Bolsonaro.
O ministro da Saúde, porém, tem demonstrado certa resistência em adotar o remédio. Ainda nesta terça-feira, no Twitter, escreveu: “Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o Termo de Consentimento antes de iniciar o uso da cloroquina”, lembrando que outros dez medicamentos também estão em estudo para o tratamento do coronavírus, além da possibilidade de o País participar do teste de uma vacina contra a doença.
O presidente respondeu ao ministro reafirmando que todas as pastas precisam estar alinhadas a ele. “Todos são indicações políticas minhas. E quando converso com os ministros quero eficácia na ponta da linha. Esse caso não é sobre eu gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo”, deixou claro Bolsonaro. “Estamos tendo centenas de mortes por dia. Se existe a possibilidade de diminuir esse número com cloroquina porque não usá-la?”
O chefe do Executivo também voltou a defender o isolamento vertical da população, que mantém em casa apenas pessoas que pertencem a grupos de risco e disse que esse tema também será assunto de discussão com o ministro da Saúde. “No meu entender, desde o começo devia ser o vertical, cuidar das pessoas do grupo de risco e botar o povo para trabalhar”.