Publicada na Nature, pesquisa conclui que células de defesa dos organismos jovens desenvolvem mais rápido uma resposta ao vírus
O sistema imunológico das crianças combate melhor o SARS-CoV-2 — a variação do coronavírus que causa a covid-19. Na última quarta-feira 10, essa conclusão foi publicada na Nature, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo. Donna Farber, imunologista da Universidade de Columbia, em Nova York, acredita que isso acontece porque as células de defesa em organismos mais novos contêm menos informações, o que possibilita o desenvolvimento mais rápido de uma resposta às novas doenças.
Pesquisas mostram que a maior parte das crianças infectadas não apresenta resultados positivos no teste RT-PCR — o exame rápido feito com a coleta de fluídos através das fossas nasais. Em um dos estudos, três indivíduos com menos de 10 anos de idade contraíram o vírus e não tiveram resultado positivo para a doença em nenhuma das onze testagens rápidas feitas durante 28 dias. Mesmo nos raros casos que desenvolvem a síndrome inflamatória multissistêmica, a taxa de exames rápidos com resultados positivos varia entre 29% e 50%.
Melanie Neeland, imunologista no Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, em Melbourne, na Austrália, afirma que isso acontece porque o sistema imune dos mais novos é realmente rápido e eficaz contra o vírus. “O sistema imunológico das crianças monta uma resposta imunológica realmente rápida e eficaz, que elimina o vírus antes que ele tenha a chance de se replicar a ponto de resultar positivo no teste rápido,” explicou.
Outros fatores
Crianças formam o principal reservatório de coronavírus sazonais e a imunização para eles pode conferir alguma proteção contra o SARS-CoV-2. Também existem evidências de que os mais novos são menos expostos ao causador da doença por suas características físicas: seus narizes menores têm menos receptores do tipo ACE2, uma das portas de entrada do vírus para o organismo humano.
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Soltem-as, elas têm resposta rápida e eficaz, e eliminam o vírus antes deste se replicar. Parece até a descrição de uma vacina natural. Será que o correto não seria isolar os idosos das crianças, e liberar elas pra vida normal, já que estas criariam imunidade em pouco tempo e com poucos casos graves?