Medicamento será restrito aos médicos, que poderão optar pelo tratamento com a substância
A cloroquina, ou hidroxicloroquina — como é conhecida no Brasil —, tem sido empregada no tratamento da malária desde 1944 e vai ser produzida em larga escala e distribuída em hospitais de todo o país para ser testada em pacientes em situação grave contaminados pelo novo coronavírus.
O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira, 25, que serão liberados 3,4 milhões de unidades do remédio até a próxima sexta-feira para envio a hospitais.
O próprio governo reconhece que ainda não há comprovação do resultado efetivo da cloroquina para a covid-19, mas os primeiros testes já mostraram que o saldo é “mais positivo que negativo” em pacientes em situação de risco.
De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o remédio não será vendido em farmácias para a população em geral, porque não há nenhum benefício comprovado em sua utilização entre aqueles que não estão em estado grave devido ao coronavírus. Já se sabe, por exemplo, que a cloroquina pode causar arritmia cardíaca, dores agudas nos rins, entre outros efeitos colaterais.
Conforme anunciado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, seu uso é restrito aos médicos, que poderão optar pelo tratamento com a substância, caso julguem necessário.
“Estudos sobre a cloroquina ainda são preliminares, e sua aplicação será analisada no dia a dia, em casos graves”, comentou Mandetta. “Se o médico entender que o paciente grave pode se beneficiar, ele terá a cloroquina disponível.”
O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Viana, disse que a droga é “um medicamento muito promissor” e utilizado há décadas no Brasil. Ele reconheceu, porém, que não se trata de uma cura da covid-19.
“Os estudos clínicos em humanos ainda estão em curso. Então, o que estamos oferecendo é uma opção terapêutica. É uma indicação complementar, com o máximo de controle. Os benefícios superam os riscos para esses pacientes. O Ministério da Saúde está propondo um protocolo somente para pacientes em situação grave”, disse.
Com informações da Agência Estado
Cloroquina e Hidroxicloroquina são apresentações e prescrições diferentes, não a mesma coisa. E “dores agudas nos rins” é uma expressão indefinida do ponto de vista médico. Não se pode precisar que dores lombares sejam “nos rins”.