Os moradores da cidade de Cubatão (SP) enfrentam os impactos de uma cratera subaquática, maior que o Estádio do Maracanã, aberta em 2017, no Canal de Piaçaguera. A abertura da cava, para despejo de sedimentos e materiais contaminados, afetou pescadores e gerou duas ações judiciais.
A cratera está atualmente fechada. No entanto, os pescadores reclamam da falta de peixes, do mau cheiro e da poluição local.
Fora esses problemas, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e o Ministério Público Federal (MPF) afirmam que há aumento da profundidade da cratera.
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Além disso, segundo denúncia, empresas abriram a cava sem a autorização da União. MPF e MPSP também afirmam que os descartes de sedimentos são feitos de maneira incorreta.
Moradores prejudicados pela cratera subaquática
Daniel Freitas, ex-pescador, disse ao site g1 que muitos pescadores desistiram da profissão em virtude da poluição e da ocupação do espaço por empresas privadas.
O morador do local, que agora é montador de andaime, teve de trocar de profissão em razão de todo esse problema. “Cacei outro ramo de trabalho porque a pesca, antes dessa poluição toda, era satisfatória para a gente”, disse. “Hoje não mais.”
Anderson Firmino também sentiu o impacto na pesca de siris. Ele teme que a contaminação do leito marinho aumente. “Teve dia que eu só ia para pagar a gasolina”, contou ao g1. “Infelizmente, a gente teve de mudar de ponto.”
Ações judiciais
Mesmo depois de a cratera ser recoberta, em 2017, os moradores de Cubatão ainda se sentem prejudicados. Naquele ano, MPSP e MPF pediram a suspensão da atividade, mas a solicitação foi negada.
Em outubro de 2023, os órgãos estadual e federal apresentaram uma nova ação civil pública contra as empresas responsáveis pela cratera. O objetivo era responsabilizá-las pelo dano causado aos moradores da região. O processo está em fase de instrução e ainda sem decisão.
Não há nada tão ruim que não possa piorar, ainda mais na bananalândia.
Se em Cubatã já nascia crianças sem cérebo, agora é a vez de peixes e siris.