A delegada Monah Zein, da Polícia Civil de Belo Horizonte, que atirou em policiais e ficou cerca de 30 horas trancada em seu apartamento, teve liberdade provisória concedida nesta sexta-feira, 24.
A audiência de custódia começou por volta das 12 horas no Fórum Lafayete, em Belo Horizonte.
A juíza Juliana Pagano, da Central de Flagrantes da capital mineira, decretou segredo de Justiça para o caso. A delegada não participou da audiência, nem mesmo de forma virtual.
Monah chegou a ter prisão decretada na quinta-feira 23 e vai responder por tentativa de homicídio.
Ela foi sedada na noite de quarta-feira 22, depois de permitir a entrada dos policiais no apartamento. Em seguida, a delegada foi encaminhada para o hospital da Unimed, onde continua internada sob escolta policial.
De acordo com a delegada Francione Tavares Lopes Fintelman, da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais, depois de se entregar, Monah foi levada para um hospital “em razão do estado emocional”.
Segundo a Corregedoria, a delegada foi presa em flagrante por ter disparado contra os policiais civis e foi solicitada a internação provisória à Justiça. As investigações sobre o caso continuam.
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Delegada ficou trancada e fez lives
Na terça-feira 21, policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) foram ao apartamento de Monah para confiscar a arma dela. A delegada havia enviado com teor de risco à própria saúde em grupos de amigos, o que acabaram gerando preocupação.
Monah atirou contra os policiais e se trancou no apartamento. O imóvel foi cercado.
Durante o dia, a delegada fez diversas transmissões ao vivo nas redes sociais e desabafou sobre as perseguições e assédios que estaria sofrendo dentro da corporação.
“Meus pedidos para a Corregedoria [de investigação sobre as perseguições e os assédios] são simplesmente ignorados”, declarou.
Depois de ter a luz e a água de seu apartamento cortadas na quarta-feira 22, Monah abriu a porta e se entregou aos colegas da Polícia Civil.
O advogado da delegada, Leandro Martins, disse que, apesar da polícia tratá-la como uma potencial suicida, ela apenas queria ficar em sua casa, sem correr nenhum risco.
O delegado Saulo Castro, porta-voz da Polícia Civil de Minas Gerais, declarou que a corporação vai “lidar de forma transparente, seguindo a legalidade, respeitando o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa” com as acusações de assédio feitas por Monah.