O Navio-Veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil, passa por reparos em Lisboa, Portugal, depois de esperar quatro meses por uma vaga no porto. A embarcação sofreu uma pane no sistema de hélice de passo controlável enquanto atravessava o Oceano Atlântico rumo à Europa.
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Os consertos ocorrem no Estaleiro Naval Rocha, com previsão de término ainda neste mês. De acordo com a Armada, os serviços devem acabar ainda na primeira quinzena de outubro, mas o navio só deve retornar ao Brasil em novembro.
O problema na hélice surgiu em 5 de junho, três dias depois de o Cisne Branco deixar Ponta Delgada, nos Açores, com destino aos Países Baixos. Sem propulsão adequada, o navio seguiu viagem. Com a utilização de apenas suas velas, ele chegou à Base Naval de Lisboa em 11 de junho e, desde então, aguardava o reparo necessário.
Investigação preliminar e atracação em Lisboa
Documentos internos da Marinha revelam que uma investigação preliminar indicou a necessidade de atracação para o conserto. A tripulação comunicou o problema aos escalões superiores, e, com o apoio de autoridades portuguesas, o navio conseguiu atracar na Base Naval de Lisboa.
A análise feita depois da atracação confirmou a necessidade de reparo em dique seco. Esse tipo de instalação permite que embarcações saiam da água para manutenção. Em razão de alta demanda, as docas de Lisboa têm reservas feitas com meses de antecedência. Isso ocasionou o atraso dos reparos.
O processo e os custos
O Estaleiro Naval Rocha foi contratado com urgência, com um custo superior a US$ 150 mil (cerca de R$ 840 mil). A primeira etapa dos reparos durou 14 dias e envolveu a desmontagem do sistema propulsor e a retirada do eixo do motor. O navio retornou à base naval enquanto o estaleiro trabalhava no conserto.
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A segunda fase se estendeu por mais de dois meses, embora inicialmente prevista para 30 dias. No dia 2 deste mês, o Cisne Branco retornou ao estaleiro para a terceira e última fase, que inclui a montagem do conjunto propulsor e do leme. Funcionários ainda farão testes de funcionamento no cais e no mar.
O Navio-Veleiro Cisne Branco da Marinha do Brasil
O Cisne Branco estava na Europa para eventos de diplomacia militar em 11 países. Entretanto, a Marinha interrompeu o cronograma de viagens em razão dos problemas mecânicos.
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Comprado em 2000 por US$ 15 milhões de um estaleiro em Amsterdã, o Cisne Branco é considerado uma embaixada brasileira no mar. Com 76 metros de comprimento e 32 velas, representa o Brasil em eventos náuticos e realiza visitas em portos brasileiros.