A Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, anulou o processo seletivo de 2025 para seu curso de residência médica. O cancelamento ocorre depois que estudantes e entidades de saúde denunciaram irregularidades na distribuição de vagas.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
Isso porque a instituição de ensino anunciou que destinaria até 100% das suas vagas para alunos cotistas, como negros, indígenas e portadores de deficiências. Depois das denúncias, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação da universidade publicou, na noite desta segunda-feira, 28, um novo calendário de seleção de alunos.
O documento destaca a anulação de 10 editais para a seleção pública nas residências dos seguintes cursos:
medicina;
enfermagem;
farmácia;
fisioterapia;
odontologia;
multiprofissional;
saúde da família; e
multiprofissional saúde da mulher.
Universidade irá ressarcir alunos que já se inscreveram
A instituição também desconsiderou outros 11 editais. Os alunos só terão conhecimento sobre as novas normas na próxima terça-feira, 5 de novembro. Os que já fizeram suas inscrições serão ressarcidos.
“Aos candidatos inscritos é assegurado o direito de inscrição na próxima seleção pública a ser aberta para as mesmas áreas, mediante aproveitamento do pagamento do valor da inscrição já efetuado e cuja seleção observará as regras e critérios dos novos editais”, informou o comunicado.
Segundo os editais anteriores, 100% das vagas em oftalmologia, dermatologia, psiquiatria e cirurgia do aparelho digestivo estavam reservadas exclusivamente para alunos negros, pessoas com deficiência (PcDs) e indígenas.
Além disso, especialidades como otorrinolaringologia, aressacnestesiologia, cirurgia geral, e endocrinologia e metabologia tiveram mais de 50% das vagas para esses grupos.
Em nota à Gazeta do Povo, a universidade disse a irregularidade na distribuição de vagas ocorreu por cauda do algoritmo. No entanto, admitiu que a recomendação do Ministério Público (MP) e do Ministério da Educação é de que 30% das vagas sejam destinadas para os cotistas.
“Fica assegurada a devolução do valor do preço público da inscrição, mediante requerimento específico”, anunciou a UEL.
As novas inscrições serão reabertas entre 19 e 25 de novembro. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail: [email protected].
Deputado pede esclarecimentos à instituição
Na segunda-feira 28, o deputado estadual Fabio Oliveira (Pode) protocolou na Assembleia Legislativa do Paraná um requerimento no qual solicita esclarecimentos à universidade. O pedido e seguiu para a reitora da UEL, Marta Regina Gimenez Favaro, e para o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.
Veja o pronunciamento de Oliveira neste vídeo:
A Universidade Estadual de Londrina divulgou na semana passada um edital com 100% das vagas, PASMEM, para COTISTAS!
— 🔰Deputado Fabio Oliveira (@faoliveirapr) October 28, 2024
Estou protocolando um requerimento, solicitando a esclarecimento dos fatos e manifestando discordância dos fatos.
Como presidente da Comissão de Ciência,… pic.twitter.com/3X49WXRk1X
A solicitação, segundo Oliveira, busca explicações sobre o processo seletivo anulado da UEL. Também busca saber os motivos da publicação inicial, e quem a autorizou.
Alguns sinais indicam que a onda woke está refluindo em nível mundial e a prestigiosa revista The Economist tratou exatamente desse refluxo. Espera-se que essa política nefasta de cotas nas Universidades no Brasil, consequência direta dessa agenda lacradora, também encontre seu ponto de inflexão e que se restabeleça a meritocracia como principal critério de admissão.