Passados mais de dois anos desde o início da disseminação maciça da covid-19, vários países do mundo vivem uma nova pandemia: a de saúde mental. O Brasil é um deles: os diagnósticos de depressão entre população adulta brasileira cresceram 41% de março de 2020 a abril deste ano.
As mulheres foram as que mais impulsionaram a alta, com mais do que o dobro da prevalência registrada entre os homens. No caso delas, o porcentual de casos diagnosticados de depressão saltou de 13,5% para 18,8%. Entre os homens, aumentou de 5,4% para 7,8%.
A conclusão é de um relatório da Covitel — inquérito telefônico sobre o impacto da pandemia de coronavírus nos fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis. Foram analisados dados de antes da covid-19 e do primeiro trimestre de 2022.
Realizado pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas), o levantamento entrevistou 9 mil brasileiros que vivem nas capitais e em cidades do interior das cinco regiões do país.
Pior entre os mais jovens
Uma revisão recente com 29 pesquisas, divulgada pelo Ministério da Saúde, mostrou que os sintomas de ansiedade e depressão entre crianças e adolescentes dobraram após o início da pandemia. Antes da crise sanitária, 12,9% desse grupo relatavam sintomas depressivos. Durante crise do coronavírus, a taxa saltou para 25,2%. Os sintomas de ansiedade, por sua vez, aumentaram de 11,6% para 20,5%.
Bolsonaro assessorado por cientistas independented previu isso hã mais de ano.