Em um cartório de Planaltina, no Distrito Federal, a desconfiança de um tabelião impediu que criminosos se apropriassem de uma área no Setor Industrial de Formosa, avaliada em cerca de R$ 7 milhões.
O tabelião relatou, num ofício, que suspeitou da autenticidade dos documentos apresentados pelos criminosos ao perceber que um dado presente nos papéis era incompatível com a informação registrada na base nacional do cartório.
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A partir da denúncia, o Ministério Público de Goiás deflagrou a segunda fase da Operação Escritório do Crime. De acordo com o órgão, o esquema de fraude envolve o advogado Nilson Ribeiro dos Santos, o empresário Gustavo Henrique de Araújo Eccard e Anderson Juvenal de Almeida, suposto falsário do grupo.
As investigações sugerem que Nilson, Gustavo e Anderson queriam se apropriar do terreno para utilizá-lo como garantia real, em empréstimo a ser obtido no Banco do Brasil ou no Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
Como parte do plano, Nilson e Gustavo falsificaram procurações nos cartórios de Formosa (GO) e de Planaltina (DF), em nome da verdadeira proprietária do imóvel. O objetivo era conseguir registro no Cartório de Imóveis de Formosa.
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No sábado 18, o MP cumpriu três mandados de busca e apreensão na residência e no escritório de Gustavo e no escritório da empresa Águas Minerais Veredas LTDA-ME. Além disso, foi expedido mandado de prisão preventiva endereçado a Anderson.
Eles são acusados de crime de esbulho (grilagem), falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa (formação de quadrilha). Anderson não foi encontrado e continua foragido.
O MP de Goiás pretende adicionar o material coletado às provas do esquema de fraudes, que é investigado desde o início da operação e do qual os investigados fazem parte.
A primeira fase da operação
A primeira fase da Operação Escritório do Crime aconteceu em 10 de julho. Na ocasião, O MP cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva contra investigados por crimes de esbulho (grilagem) de áreas públicas e privadas, corrupção, falsidade ideológica, uso de documento falso e associação criminosa (quadrilha) praticados no município.
A investigação, que durou seis meses, revelou a possível existência de associação criminosa para a prática de invasão de lotes públicos e privados no município de Formosa.