Dia do Patriota será anulado, diz presidente da Câmara de Porto Alegre

O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Hamilton Sossmeier (PTB), se reuniu em caráter extraordinário com os líderes das bancadas nesta segunda-feira, 28. O objetivo: combinar a revogação da lei que instituiu 8 de janeiro como Dia Municipal do Patriota.

A data coincide com os protestos, invasão e depredação nas sedes dos Três Poderes, em Brasília. Por esse motivo, foi alvo de muitas críticas e pressão, inclusive do governo federal.

Sossmeier informou que os líderes concordaram em revogar a lei, em sessão extraordinária “o mais breve possível”, na terça-feira 29 ou quarta-feira 30. O projeto de revogação já existe e será aprovado em plenário “independentemente de partidos e questões ideológicas”.

Dia do Patriota só chamou atenção depois de aprovado

O então vereador Alexandre Bobadra (PL) foi quem propôs o projeto de lei em março. A proposta passou pelas comissões da Câmara, seguindo para a sanção do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), em junho.

Como não houve manifestação de Melo dentro do prazo, a matéria retornou à Câmara, onde Sossmeier a promulgou, em 10 de julho. Desde então, sofreu inúmeras manifestações de repúdio.

‘Se pudesse voltar atrás, escolheria 7 de setembro’

A Justiça Eleitoral cassou o mandato de Bobadra há duas semanas, por abuso de poder econômico nas eleições de 2020. Em entrevista ao jornal GZH, o ex-vereador diz que “o projeto é bacana, é legal, mas poderia ser dia 7 de setembro”, Dia da Independência.

Em função da agenda corrida, Bobadra questiona a viabilidade de um vereador “olhar projeto por projeto”. Por isso, não teria prestado atenção na data que o ativista que elaborou o texto escolheu.

Em contrapartida, o projeto “em nenhum momento diz que é uma homenagem às pessoas que invadiram”, pondera o ex-vereador. “Poderia ser em homenagem às pessoas que foram injustamente presas.”