As cidades de Jericoacoara, no Ceará, e Cairu, na Bahia, proibiram o transporte com tração animal — como cavalos, burros e jumentos — em praias e áreas de vilas. Os dois municípios nordestinos são turísticos.
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Em Jericoacoara, a prefeitura recebeu denúncias de maus-tratos e informou ter colhido diversos relatos de turistas antes de tomar a decisão. Os visitantes disseram ter sido impactados negativamente com a situação precária em que os animais foram encontrados. A administração decretou a proibição de passeios de montaria a partir de 12 de janeiro.
Um turista de São Paulo afirmou à prefeitura que sua mulher e filhas choraram ao ver os cavalos ofegantes e sem ar puxando uma carreta em um morro íngreme. Outra denúncia, desta vez de uma visitante mineira, relatou que viu um jumento puxando uma carroça mesmo com a pata fraturada. Os nomes dos dois não foram divulgados pelas autoridades de Jericoacoara.
Ministério Público recomenda proibição de passeios com animais
O Ministério Público (MP) do Ceará recebeu denúncias similares e recomendou a proibição do transporte de tração animal em passeios turísticos. Para o órgão, a medida cumpre a política estadual de proteção animal e garante o bem-estar dos animais.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, a Promotoria cearense disse que a utilização dos animais nos passeios é uma prática de maus-tratos. O MP citou a falta de descanso, a ausência de água e o trabalho sob o sol na recomendação. Os animais também sofriam castigos físicos e açoites.
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Segundo a veterinária Talita Zehuri, que trabalha voluntariamente na região da Praia de Jericoacoara há 13 anos, os animais não recebem assistência médica.
“Os animais que fazem esse tipo de passeio de tração bebem água só à noite”, disse Talita à Folha. “Muitos desmaiam nos trajetos, além de adquirir uma série de feridas e machucados.”
No entanto, os trabalhadores da região afirmam que os animais não sofrem maus-tratos. É o caso de Dione Julião Teixeira, que possui três cavalos que fazem passeios de montaria.
“Não usamos chicotes nem equipamentos para bater nos cavalos”, contou o cavaleiro. “Os passeios são muito tranquilos.”
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Junto a Teixeira, ao menos 45 pessoas atuam em passeios de montaria na região cearense. A proibição preocupa os trabalhadores, que temem ficar sem fonte de renda.
O prefeito de Jericoacoara, Lindberg Martins (PSD), disse que a administração vai inserir os trabalhadores afetados em outras atividades econômicas.
Cidade baiana também adota medida semelhante
Em Cairu, cidade do litoral baiano, uma medida semelhante foi adotada pela prefeitura. O município tem dois principais destinos turísticos que utilizam animais para passeios: Morro de São Paulo e Boipeba.
Um decreto foi assinado pelo prefeito Hildecio Meireles (União Brasil), em 3 de janeiro, proibiu o uso de animais para puxar carroças. A medida aconteceu depois que um vídeo, em que um cavalo aparece passando mal na praia, viralizou nas redes sociais. As imagens mostram o animal puxando uma charrete cheia de turistas e, consequentemente, caindo no chão.
O secretário de Turismo de Cairu, Claudio Brito, disse que a decisão foi tomada em conjunto com associações locais. De acordo com ele. a prefeitura vai estudar medidas para auxiliar os donos das carroças, que devem ficar sem renda.
A medida prevê multa de R$ 350 a R$ 1,1 mil para quem descumprir o decreto, além da apreensão da charrete.
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Família Gomes no pacote.
Destruindo o ganha pao de muitas familias, como é simples proibir e proibir, cuidado maldido ESTADO OPRESSOR, vai chegar um ponto que o povo ira colocar um fim a essa mer…… , seria tao simples fiscalizar e multar quem esta maltratrando os animais. O engravatado coloca o rabo dentro de uma sala com ar condicionado, cafezinho a vontade, e os lanches da manha e da tarde, e passa a vomitar normas, leis e outras atrocidades. Que andem no meio do povo, conversem com a gente e vejam a realidade, sair proibindo é tao facil e tao pouco ira resolver o problema. BASTA CONSCIENTIZAR OS DONOS DOS ANIMAIS E FISCALIZAR DEVIDAMENTE, PARA EDUCAR E NAO ENCHER O ESTADO COM RESURSOS DE MULTAS.
O tratamento inadequado aos animais é absolutamente inaceitável. No entanto, considero que, com a crescente impossibilidade de utilizar esses animais para diversos fins, é provável que, ao longo dos próximos anos, a população deles diminua significativamente. Dada sua grandeza, torna-se cada vez mais inviável a manutenção desses animais. Vale ressaltar que, devido à sua adaptação ao convívio com o homem, cavalos, burros e jumentos não conseguem sobreviver sozinhos na natureza.