A historiadora Tertuliana Lustosa, mestranda na Universidade Federal da Bahia (UFBA), afirmou que “o fascismo não é exclusivo da direita”. Tertuliana, autora do livro Manifesto Traveco-Terrorista, foi alvo de críticas tanto da direita quanto da esquerda, depois de uma performance na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), onde rebolou e mostrou as nádegas durante uma aula.
Essa apresentação gerou polêmica, especialmente entre conservadores, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Apesar de se identificar com a esquerda, Tertuliana também enfrentou críticas desse grupo. Ela recebeu acusações de alimentar a narrativa de que “progressistas” querem erotizar a educação.
A fala de Tertuliana sobre o fascismo e a esquerda
A historiadora discorda da perspectiva que coloca o fascismo como propriedade da extrema direita. Ela afirmou que “a esquerda também incorpora diversos elementos do fascismo”. Como vocalista da banda A Travestis, Tertuliana defende a ideia de que sua existência é suficiente para provocar reações ”ultraconservadoras”.
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“Só de eu ser travesti já instrumentaliza a direita”, disse. “Eles dizem que travesti é contra a Bíblia, enfim, a gente já sabe todo o discurso deles. E é muito triste que isso aconteça, mas acho que não fui eu que instrumentalizei a direita, eles que se instrumentalizam.”
Performance e repercussão na UFMA
Durante o seminário “Dissidências de Gênero e Sexualidades” na UFMA, Tertuliana subiu em uma cadeira e cantou uma música de teor erótico, Educando com o C, o que viralizou nas redes. Ela já apresentou essa performance em outras universidades, mas sem a mesma repercussão.
Em nota, a UFMA afirmou que investiga o incidente e que considera a canção “inapropriada para o momento e a construção do debate acadêmico-científico em que se encontrava”.
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Nikolas Ferreira afirmou que acionará a Procuradoria-Geral da República. Ele também discutirá o caso na Comissão de Educação da Câmara, da qual é presidente.
Será necessário criar o Ministério da Estupidificação e Cunhecimento?
Historiador. É homem e assim tem de ser chamado.
A historiadora do c* acertou, mas nem tanto. O fascismo está e sempre esteve 100% alinhado também à esquerda. Nunca foi uma questão da direita, até a esquerda, espertamente, instrumentalizar o fascismo como propriedade só da direita.