O Rio Negro atingiu, nesta segunda-feira, 23, o ponto mais baixo em 121 anos. De acordo com o Porto de Manaus, o nível da água chegou a 12,99 metros. Desde 1902, quando iniciou-se o registro das medições, o rio não atingia uma vazante na casa dos 12 metros.
A seca já afeta a maior parte dos 62 municípios que compõem o Amazonas. O último boletim divulgado pelo Estado mostrou que 59 prefeituras já decretaram situação de emergência.
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Manaus já se encontra em estado de emergência desde setembro, quando o nível do Rio Negro estava em 16,11. Atualmente, o número de pessoas afetadas em todo Amazonas já ultrapassou 630 mil.
Na semana passada, o governo federal disponibilizou cerca de R$ 100 milhões para ações emergenciais de dragagem de trechos do rio em pontos críticos, próximos às cidade de Itacoatiara e Manaus.
De acordo com o Ministério dos Portos e Aeroportos, os órgãos competentes começaram o processo para a contratação emergencial da dragagem, que deverá começar ainda em outubro.
Biodiversidade em risco
O impacto ambiental da forte estiagem também gera preocupação nas autoridades locais. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá já contabilizou a morte de mais de 150 botos cor-de-rosa e tucuxis no Lago de Tefé.
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De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no Lago Tefé existe uma área chamada Enseada do Papucu, onde a temperatura da água passou de 30°C para mais de 39°C. Provavelmente, esse aquecimento contribuiu para a morte das espécies.
“A seca e a temperatura da água, que chegou a 39,1°C no pico de mortalidade, em 28 de setembro, quando 70 indivíduos morreram, estão diretamente relacionados ao ocorrido, apesar de outras causas de morte ainda não estarem descartadas, como alguma contaminação da água ou doença nos animais”, informou relatório do ICMBio.
Segundo o instituto, a grande variação da temperatura da água ao longo do dia (entre 29° e 38°C) pode também ter ocasionado a morte dos botos.
Culpa do Bolsonaro.
Segundo a Tartaruga Ninja.