Dos seis pacientes no Rio de Janeiro infectados com o vírus do HIV depois de receberem transplantes de órgãos, apenas um relatou à imprensa o que tem vivido. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, a vítima declarou: “Eu quero punição”.
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Esse erro sem precedentes no Brasil veio a público em 11 de outubro, depois de reportagem da Band News FM. O erro ocorreu no laboratório contratado pela Secretaria de Saúde, a Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS-Saleme), para prestar o serviço clínico. A empresa emitiu laudos negativos para HIV incorretamente para dois doadores infectados, o que resultou na contaminação de seis pessoas.
“É como se o chão se abrisse, porque é a minha vida, e daqui para a frente a minha vida mudou”, desabafou a mulher, que não quis se identificar. “A minha família está revoltada, porque a gente entra lá com a maior confiança de que vai dar tudo certo. Eu não fiz nada para adquirir isso. O erro foi de pessoas irresponsáveis.”
O HIV foi detectado quando um receptor de órgão procurou atendimento médico, em 10 de setembro. Exames confirmaram o vírus, levando o hospital a notificar a Secretaria Estadual de Saúde e iniciar uma investigação que confirmou outras infecções.
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“Eles não estão lidando com a nossa vida”, continuou a paciente. “Foi só dinheiro que eles viram, né? E foi muito dinheiro. Não tem nenhuma justificativa. Eu quero punição.”
Identificação dos pacientes com HIV depois de transplantes
Os demais receptores foram identificados no início de outubro, depois de um deles buscar assistência médica. A paciente entrevistada recebeu a notícia em 3 de outubro, mas relatou falta de orientações sobre tratamento até agora.
Como providência, a Anvisa e a Vigilância Sanitária fecharam a unidade PCS Saleme depois de encontrar 39 irregularidades, entre as mais graves:
- o laboratório não possuía licença para funcionar no local;
- amostras de sangue estavam sem identificação;
- não havia registros de treinamento dos funcionários;
- o material biológico era armazenado em uma geladeira comum; e
- os aparelhos de ar-condicionado não eram higienizados adequadamente.
O laboratório não presta mais serviços ao Estado. A partir de agora, esse trabalho vai ficar a cargo do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti, o Hemorio.
Ações das autoridades depois de contaminação por HIV em transplante
O diretor-geral da Central Estadual de Transplantes, Leandro Souza Cauduro, destacou que a gestão atual não participou da licitação e questionou a habilitação do laboratório. As investigações estão sob o comando da Polícia Civil, do Ministério Público e do Conselho Regional de Medicina.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, pediu à PF que investigue o caso e ordenou auditoria na Secretaria Estadual de Saúde. A secretária estadual afirmou vai revisar todos os protocolos para evitar novos problemas.
Já a paciente prometeu buscar justiça e segurança nos transplantes futuros: “Essa história não pode continuar, tem que acabar aqui”, declarou ao Fantástico.
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Pode ter certeza de uma coisa, NÃO DARÁ EM NADA !!!
Picaretas, como todos que compõe esse desgoverno.