Pesquisadores desenterraram um fóssil de um tigre-dente-de-sabre (Smilodon populator) na Gruta do Limoeiro, em Castelo, no sul do Espírito Santo (ES). O osso encontrado foi o rádio, localizado nas patas dianteiras do animal, que viveu há mais de 10 mil anos e foi encontrado pela primeira vez no Estado.
“É a primeira ocorrência de mega fauna aqui no Espírito Santo, em cavernas”, explicou o paleontólogo Mário Dantas, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). “Isso é bem relevante. O tigre-dentes-de-sabre era um carnívoro gigantesco, que podia pesar até 500 quilos. Ele é representado popularmente pelo personagem Diego, do filme ‘A Era do Gelo.'”
A expedição que encontrou o fóssil reuniu pesquisadores da UFBA e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no último sábado, 6. Eles foram ao local a convite do Departamento de História Natural da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Castelo. A Gruta do Limoeiro é o maior sítio arqueológico do Estado.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
Os cientistas já tinham conhecimento da existência do mamífero no continente americano, mas não especificamente no ES. Junto do tigre-dente-de-sabre, a expedição ainda encontrou fósseis de outras quatro espécies — três de preguiças-gigantes (Eremotherium laurillardi) e um de um toxodonte (Toxodon platensis).
“As próximas etapas serão de datação e análises químicas”, explicou o professor Dantas. “Assim, conseguimos descobrir como era a dieta do animal, o período exato que ele viveu, o clima da região que ele habitava. Tudo isso por meio de tecnologias, no qual pegamos uma pequena amostra do fóssil e fazemos essas análises.”
A expedição encontrou outros fósseis no Espírito Santo
Os cientistas encontraram cerca de 40 fósseis durante a expedição. As estimativas das três preguiças-gigantes dão conta que elas pesavam 240, 900 e 3400 kg. Já o toxodonte, para ilustrar, é uma espécie que lembra um rinoceronte sem chifres.
Leia mais: “O Brasil está pegando fogo”, reportagem de Anderson Scardoelli publicada na Edição 224 da Revista Oeste
O paleontólogo e pesquisador da Ufes Richard Buchmann explicou que a descoberta foi em uma gruta, pela primeira vez entre as expedições. “Isso tem uma relevância muito grande”, disse.
