A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) prendeu seis membros de uma organização criminosa, acusada de simular acidentes com carros para receber indenização de seguradoras. O golpe é aplicado desde 2015.
De acordo com os agentes, a organização simulou 12 acidentes, destruiu 25 veículos e recebeu cerca de R$ 2 milhões em indenizações. Os veículos das marcas de luxo, como Porsche, BMW, Audi, Volvo e Mercedes-Benz, foram os alvos destruídos em colisões frontais.
Os cabeças do esquema usavam o valor das apólices em viagens internacionais para os destinos mais caros do mundo, tanto na Europa quanto na Ásia e no Oriente Médio. Parte do dinheiro era reinvestido pelos “Playboys da Batida”, como eram conhecidos os criminosos, na compra de outros carros — que seriam novamente parte do esquema.
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Os acidentes, que foram simulados, ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicentes Pires e Brasília.
Como a quadrilha aplicava o golpe que destruía carros
Os criminosos compravam veículos usados e alguns avariados. Depois do conserto, todos os carros eram colocados no seguro, com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe — muito superior ao valor de aquisição e reparo.
Para enganar as seguradoras e dificultar que o golpe fosse descoberto, os membros da quadrilha se revezavam na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração.
Outro disfarce era registrar as ocorrências dos acidentes na Delegacia Eletrônica, afastando questionamentos da Polícia Judiciária sobre o sinistro.
Entre os alvos da operação está um ex-policial militar da PM do DF, que está licenciado da corporação por emitir 150 cheques sem fundo. Os investigados não tiveram os nomes divulgados. As penas podem chegar entre três e oito anos de reclusão.