Diante das dificuldades das últimas gestões em resolver as questões da cracolândia, na capital paulista, o governo do Estado de São Paulo, segundo disse a Oeste o vice-governador, Felício Ramuth (PSD), resolveu dar uma nova abordagem ao desafio. Está colocando em prática uma política para enfrentar a situação em vários aspectos.
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Uma das ações mais importantes, conforme disse, começa por deixar de estigmatizar a região e parar de rotular seus usuários. O termo cracolândia não é mais utilizado para se referir à região. No lugar dele, diz o vice-governador, entra a denominação ‘cenas abertas de uso’.
“O termo cracolândia se tornou comum, mas carrega cinismo e uma dose de crueldade”, observa o vice-governador, que é o responsável por coordenar as políticas para a região dentro do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“As pessoas não estão lá para se divertir, como em um parque, sofrem de uma doença por uma situação de vulnerabilidade, então a gente chama a região de ‘cenas abertas de uso’.”
Segundo ele, em 2024, quando tantas palavras deixaram de ser utilizadas por serem ofensivas, “o termo cracolândia não é o mais adequado para se referir àquelas pessoas ou àquela região, que precisam de um cuidado e de políticas eficientes.”
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Ramuth considera que, ao longo três décadas, o fracasso de políticas para resolver os problemas naqueles quarteirões, situados no centro de São Paulo, fez o número de usuários de drogas crescer a cada ano. Levantamento feito pela Prefeitura de São Paulo mostra que, entre janeiro e julho de 2023, a média de usuários aumentou 27,8%.
Além da nova abordagem, o vice-governador afirmou que a atual gestão estadual está enfrentando o problema em dois aspectos: conscientizar cada vez mais dependentes da necessidade de tratamento e, ao mesmo tempo, combater o crime e o tráfico de drogas que se infiltraram naquela área.
Recuperação e tratamento de usuários
Equipes sociais e de saúde têm, de acordo com Ramuth, feito um trabalho de conscientização para que os frequentadores do local se internem em hospitais especializados ou sejam encaminhados para acolhimento em comunidades terapêuticas.
“Tem sido feito um trabalho conjunto de saúde, social e de segurança do Estado e do município, e, ainda que esteja intenso o movimento lá, há uma tendência para diminuir”, observa ele. “Em relação a usuários houve por lá até 4 mil pessoas, hoje, na última contagem havia por volta de 900. Já há uma diminuição nos últimos meses, ainda não de forma expressiva, mas temos a pressa necessária para fazer bem feito e com cuidado. O problema é de 30 anos, não tínhamos a pretensão de resolver isso no primeiro ano.”
Segundo ele, o Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, do governo de São Paulo, tem sido eficaz. Sem aparentar ser um centro de tratamento, o hub é um espaço de recuperação para usuários.
“Já internou mais de 9 mil pessoas voluntariamente.”
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Em relação à segurança da região, Ramuth disse que as abordagens policiais, em integração da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitanta, já estão surtindo efeito.
“Todos os indicadores criminais da região central diminuíram, diferentemente do que se fala por aí”, garantiu o vice-governador. “Roubos e furtos na região central ao longo do último mês caíram: foram 30% a menos de furtos e 40% a menos de roubos, claro que ainda não estamos satisfeitos, precisam cair ainda mais.”
Ele citou a implementação de novos equipamentos de segurança.
“Acabamos de implementar a Força Tática lá e vamos inaugurar a nova delegacia para central de flagrantes, além de uma nova companhia de motos também para melhorar a segurança.”
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O vice-governador afirma que a política da atual gestão está baseada em estudos feitos para o combate à degradação social em áreas compostas de usuários de drogas em grandes cidades do mundo.
“Temos esse trabalho para fazer ao longo dos quatro anos de governo, é claro, quanto antes a gente conseguir o resultado ainda mais expressivo, na segurança e na questão dos usuários, melhor, mas são ações que vêm acontecendo passo a passo.”
Essa nova abordagem vai fazer toda diferença…. Tem menos usuários porque se espalharam pela cidade ou morreram…. Já começaram a preparar o discurso pelo fracasso, “problema de 30 anos”….