Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto foi indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para assumir a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele vai substituir Susana Cordeiro Guerra, que, “alegando motivos pessoais e familiares”, pediu demissão no último dia 26 e deixou o cargo na quinta-feira 8. A troca na presidência da entidade ocorre em meio a redução de verbas para o Censo Demográfico 2021.
O IBGE havia solicitado R$ 3,4 bilhões para realizar o Censo em 2020, que era o ano previsto para o levantamento. O governo reduziu o orçamento para R$ 2 bilhões. O Congresso, entretanto, fez cortes ainda maiores e destinou apenas R$ 71 milhões para a pesquisa — o que é menos de 5% do valor anterior. O corte levou a suspensão do concurso público para a contratação de 204 mil agentes que atuariam na coleta de dados — cerca de 182 mil recenseadores e 22 mil agentes censitários municipal e supervisores.
O último Censo brasileiro foi feito em 2010. Em artigo publicado em O Globo Susana e Rios Neto alertaram para a importância de atualizar a pesquisa. “Sem o Censo em 2021, as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas pela ausência das informações que alicerçam as políticas públicas com impactos no território brasileiro, particularmente em seus municípios”, escreveram.
O currículo de Eduardo Luiz Gonçalves Rios
Atual diretor de Pesquisas do IBGE, Rios Neto é membro da Academia Brasileira de Ciências, possui doutorado em demografia pela Universidade da Califórnia em Berkeley e é professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais — instituição em que se formou em Economia.