A Marinha do Brasil passa a contar com o submarino Humaitá (S41), que desde a última sexta-feira, 12, está pronto para operar na esquadra nacional. Com 72 metros de cumprimento e capacidade de deslocamento de 1,8 mil toneladas, o navio é o segundo dos quatro submarinos convencionais previstos para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
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Fruto de uma cooperação entre o Brasil e a França, o Prosub está ativo desde 2008 e tem como objetivo transferir tecnologia para a fabricação de embarcações militares.
De acordo com a Marinha, o Humaitá vai potencializar a sua força de combate e aumentar o poder de dissuasão da Força Naval brasileira. A nova embarcação será ainda um instrumento de apoio à política externa do país.
Sua missão é patrulhar as Águas Jurisdicionais Brasileiras, que formam a Amazônia Azul, e as áreas marítimas do entorno estratégico do país no Atlântico Sul.
O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, explicou que o Humaitá foi um passo audacioso, desde a assinatura da parceria estratégica com a França, em 2008, até a entrega da embarcação.
“Os quatro submarinos convencionais atendem a uma transferência de tecnologia que nos possibilita construir um Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear, e isso permitirá ao país um nível de diálogo compatível com a sua estatura político-estratégica”, avaliou o comandante. Ele lembra que o Brasil precisa ter condições de monitorar e exercer a proteção das suas riquezas.
Recursos tecnológicos
Projetado pela empresa francesa Naval Group, com a participação de engenheiros e técnicos brasileiros, o Humaitá foi construído pela Itaguaí Construções Navais (ICN).
O submarino tem capacidade operativa de permanecer até 80 dias em patrulha, sendo contemplado com um sistema de propulsão e geração de energia.
Seus recursos de redução de ruídos de alta tecnologia lhe conferem um elevado “poder de ocultação”, principal característica de um submarino. O navio conta ainda com um sofisticado Sistema de Combate (sensores e armas).
“Estamos entregando o que há de mais moderno no Setor Naval de Defesa mundial”, afirmou o presidente da ICN, Renaud Poyet.
Poder de combate
O comandante do submarino, capitão de fragata Martim Bezerra de Morais Júnior, explica que o S41 pode atuar na negação do acesso de embarcações hostis em espaços marítimos de interesse nacional, aumentando os poderes de combate e de dissuasão das Forças Armadas brasileiras.
“As capacidades operativas do S41 o credenciam para a redução do controle exercido pelo oponente no mar, facilitando a atuação das demais Forças”, afirmou Martim Bezerra.
Ele garante que será possível, ainda, realizar minagem, operações de esclarecimento, coleta de informações de inteligência e infiltração e extração de elementos de operações especiais em águas controladas pelo inimigo.
A capacitação da primeira tripulação do submarino durou cerca de dois anos. O processo foi dividido em três etapas: preliminar, em terra e a bordo. No treinamento, os tripulantes foram submetidos a um conjunto de aulas teóricas e exercícios em simuladores específicos, a fim de conhecer o submarino detalhadamente.
Exportações e importações
Para o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, “o fortalecimento das Forças Armadas garante as condições para o país manter sua tradicional postura pacífica no complexo ambiente das relações internacionais”.
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“Em nossa Amazônia Azul trafegam 95% das nossas exportações e importações e há muitas riquezas a se proteger no mar, que podem se traduzir em mais prosperidade e dignidade para o povo brasileiro”, disse o ministro. Segundo ele, uma Marinha forte é essencial para o funcionamento da economia do país.